Morreu o Freud Lusitano


Fonte: Joana Bourgard/Público
Um grande homem que nos deixa, Carlos Amaral Dias, cujos programas ouvia amiúde na rádio. Todavia, como é que um psicanalista tão douto e sapiente, um marco na Psicanálise em Portugal, nunca largou esses funestos caralhinhos freudianos a que chamamos cigarros, e que servem apenas para nos saciar os lábios das felações e dos beijos acalorados e apaixonantes que nunca executámos? Porque motivo afinal o filtro dos cigarros é alaranjado, senão para simular cromaticamente a glande peniana? Poderia eventualmente ser de outra cor qualquer, considerando que se trata tão-somente de um mero filtro para gases? Falta de estímulos na boca, claramente que conduzem, inconscientemente, o indivíduo a saciar as necessidades psicanalíticas do foro oral por métodos socialmente aceites, entre os quais, os cigarros.

Só assim se explica também que as pessoas engordam quando deixam de fumar, considerando que a nicotina nem sequer é supressora do apetite. Que o comum dos mortais e medíocres (palavra não depreciativa que deriva da palavra mediana) não o enxergue, é normal, mas que o Freud Lusitano nunca se tenha apercebido que tal era somente uma necessidade psicanalítica saciada à custa da sua saúde pulmonar e cardiovascular, é deveras estranho. O próprio Freud, que faleceu com 83 anos, também morreu devido a um cancro oral prolongado devido ao excesso de utilização de charuto. Pelo menos o pai da Psicanálise, desta feita o vienense, não se contentou com qualquer diâmetro quando se tratava de saciar oralmente a líbido com falos ou estruturas similares, sendo que Freud recorreu sempre a portes muito mais robustos, leia-se sem eufemismos, pénis bem grossos, quando se tratava de colocar qualquer coisa na boca socialmente aceite.

O meu bem-amado avô, que nunca fumou, usava amiúde palitos na boca, muito para lá da mera necessidade pragmática e mecânica da remoção de restos alimentares situados algures entre os molares. Mas lá está, o porte delgado e quebradiço do palito de madeira não alcança a mesma saciedade que um gordo, cavernoso e espesso pénis, perdão, charuto. Assim, deixo a dica aos incautos e aos profanos: sempre que quiserdes colocar alguma coisa na boca, procurai a versão original que o Homo Sapiens utiliza desde o Paleolítico, utilizai pénis, polegares ou bocas de amantes. À frente dos outros usai pastilha elástica ou um palito o mais grosso possível. Consta que tais práticas não deixam vestígios oncológicos.

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