Como é que alguém ainda acredita que o recente líder do PS e possível futuro primeiro-ministro trará algumas medidas positivas ao país com o seu putativo programa de governo? Falamos de alguém que teve uma carreira profissional como advogado e que desde cedo se juntou ao aparelho partidário do qual não saiu desde então; alguém que por certo não sabe fazer uma regra três simples, mas que já prometeu abertamente mais salários e pensões e descida da carga fiscal, ao mesmo tempo que referiu que cumpriria o Tratado Orçamental que nos impõe regras muito rígidas para o défice das contas públicas. O segredo estará no crescimento económico, aquilo que não existe em Portugal de forma estrutural há mais de 25 anos, altura em que a nossa dívida pública era metade da atual podendo-nos endividar como fizemos, quando tínhamos moeda própria podendo adotar políticas expansionistas e quando ainda controlávamos alfândegas podendo colocar entraves à importação de certos bens que afetam negativamente a nossa balança comercial.
Prevejo três cenários possíveis caso António Costa seja primeiro-ministro. No primeiro cenário, prevejo que haja um milagre (sim, sou crente) e com o seu enorme "poder negocial" os credores facilitariam-nos bastante o pagamento da dívida, estando implícita a reestruturação da mesma. Dito de forma coloquial daríamos o calote aos credores com a mendicância de António Costa junto das instâncias europeias e internacionais. Como Francisco Louça muito bem explanou no seu espaço de comentário televisivo, é impossível dizer - como António Costa já disse - que Portugal deverá honrar totalmente os seus compromissos, e em simultâneo referir que se é apologista da reestruturação da dívida pública. São duas opiniões financeiramente antagónicas. No segundo cenário - como profetizado pelo Prof. João Ferreira do Amaral - Portugal sairá do Euro, e assim António Costa enquanto primeiro-ministro pode indiretamente dar instruções ao Banco de Portugal para emitir moeda, tendo o Tesouro por conseguinte margem orçamental para aumentar ilusoriamente os rendimentos dos pensionistas e dos funcionários públicos, sendo que o futuro depois dirá como se comportará a inflação e a perda real de rendimentos dos portugueses. No terceiro cenário, e aquele que é mais provável, o país será dirigido por um Hollande luso, uma deceção eleitoral que passados seis meses de governação e depois de se deparar com a realidade das finanças públicas, fará exatamente o oposto das expetativas que fomentou, tendo de continuar com políticas de austeridade, defraudando todos aqueles que nele votaram. Nem sequer quero equacionar, o também possível cenário de Portugal necessitar novamente de um resgate internacional devido à sua recorrente indisciplina orçamental.
Entristece-me todavia que estes acontecimentos recentes demonstrem factualmente que a Matemática em Portugal nunca saiu da categoria de ciência oculta ou de pseudo-ciência. Um pouco mais de literacia numérica e maturidade democrática por parte dos eleitores, e nunca os políticos sofistas e mentirosos como Passos Coelho ou José Sócrates teriam chegado ao poder. Continuo a partilhar da mesma paixão de António Guterres, a Educação. Só com Educação nas matérias estruturais como o Português e a Matemática, mas acima de tudo a Cidadania, podemos evitar que as gerações vindouras se deixem enredar e ludibriar pelos sofismas e os ardis da classe política dirigente.
António Costa preconiza então politicamente, aquilo que Confúcio definiu como um homem inferior. Para Confúcio um homem superior era aquela que exigia muito de si e pouco dos outros; um homem inferior era o que exigia muito dos outros e pouco de si. Um putativo programa de governo, que nas questões estratégicas e na sua muito pouco provável aplicabilidade orçamental, está completamente dependente de entidades estrangeiras, revela a inferioridade nacional, que António Costa preconiza para uma pátria com 900 anos de história e que não precisou de crédito estrangeiro para dar rumo aos Descobrimentos.
António Costa preconiza então politicamente, aquilo que Confúcio definiu como um homem inferior. Para Confúcio um homem superior era aquela que exigia muito de si e pouco dos outros; um homem inferior era o que exigia muito dos outros e pouco de si. Um putativo programa de governo, que nas questões estratégicas e na sua muito pouco provável aplicabilidade orçamental, está completamente dependente de entidades estrangeiras, revela a inferioridade nacional, que António Costa preconiza para uma pátria com 900 anos de história e que não precisou de crédito estrangeiro para dar rumo aos Descobrimentos.
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