A origem e o anacronismo do medo


A origem: a proteção na savana, na selva e na floresta!

A origem do medo remonta a princípios antropológicos de defesa pessoal e coletiva. O medo instintivo ou inato pode ser cientificamente explicado através da psicologia evolutiva. Já o medo adquirido ou "aprendido" pelo indivíduo é explicado simplesmente pela psicologia clínica. O medo instintivo tem uma função muito bem definida na espécie e teve um propósito evolutivo de defender o indivíduo, defendendo assim também a espécie. Este tipo de medos aplicam-se a muitas outras espécies. Todos os mamíferos têm medo de alturas, e todos os primatas têm medo de serpentes. Este tipo de medos transmitidos pela evolução, teve uma função muito bem definida de nos proteger em diferentes circunstâncias ao longo da nossa sobrevivência na selva, na floresta ou na savana!

Comecemos pelo mais geral, pelo medo de alturas, que é mais ou menos comum a todos os mamíferos e surgiu na era do Mesozóico (que está compreendida aproximadamente entre 251 milhões e 65,5 milhões de anos atrás, e que inclui o Cretássio, o Jurássico e o Triássico). Os mamíferos, não sendo aves, sendo na sua grande maioria animais terrestres, tiveram que instintivamente começar a afastar-se de zonas perigosas, como ravinas ou falésias. Aplicando a teoria evolutiva da seleção natural, da seleção dos mais aptos, por certo, os mamíferos que foram sobrevivendo às diversas situações de perigo, foram exatamente aqueles que se foram afastando de zonas altas perigosas, zonas potencialmente mortais, como beiras de falésias ou ravinas. Esses mamíferos que sobreviveram guardaram no seu instinto uma repulsa protetora às alturas, que transmitiram às novas gerações, criando-se assim o medo pelas alturas. No ser humano, esse medo toma o papel muitas vezes de vertigens. Mesmo os mamíferos que se sentem à vontade em cotas altas, como os felinos, têm medo de alturas. Uma experiência interessante, é agarrar num gato, e colocá-lo do lado de fora de uma janela, a uma altura de apenas um primeiro andar (peço por favor que respeite a integridade física do gato), e reparar que o animal sente-se imediatamente aflito. O medo pelas alturas foi assim uma proteção instintiva, que os mamíferos guardaram no seu código genético com referência ao sistema límbico, para que se afastassem de zonas potencialmente letais. O medo por carnívoros de grande porte, como leões, ursos, hienas, lobos ou mesmo o medo por herbívoros eventualmente agressivos ou perigosos, como elefantes, búfalos ou rinocerontes, surge apenas na era seguinte ao Mesozóico, ou seja, surge no Cenozóico, quando os mamíferos se expandiram, cresceram em porte, e se diversificaram. Na era anterior, no Mesozóico, os mamíferos eram todos de pequeno porte, altura aliás em que o pequeno tamanho os permitia escapar dos dinossauros, tendo-se tornado assim mais aptos. Este exemplo também ajuda a clarificar a confusão recorrente que se tem da teoria evolutiva, da "seleção dos mais fortes", quando na realidade trata-se sempre da seleção dos mais aptos (fitness).

O medo por ratos e insectos, que aparenta ser comum apenas nos humanos (Homo Sapiens que tem 200 mil anos), obedece ao mesmo princípio, tendo surgido apenas no Paleolítico e no Neolítico, ou seja, numa escala de tempo bem mais recente. Durante milhões de anos em que vivemos na savana e posteriormente na floresta, convivemos com uma série de outros animais, entre os quais os ratos. O problema é que os ratos, além de se alimentarem dos mesmos alimentos que nós consumíamos, como frutos silvestres, sempre foram grandes transmissores de doenças mortais. Os indivíduos nossos antepassados que começaram a afastar-se deste tipo de roedores, sobreviveram a uma série de doenças transmissíveis e desta forma transmitiram, através da seleção natural, esse medo instintivo de ratos às próximas gerações. Só o Homo Sapiens (o que somos nós) é que também aparenta ter medo instintivo por insectos, pois estes, pela mesma razão que os ratos, foram a partir de certa altura transmissores de muitas doenças e por certo causaram pragas em colheitas, tendo também destruído pequenos armazenamentos de alimentos, que os nossos antepassados poderiam talvez fazer para os momentos de maior carência, como o Inverno. Os insectos são conhecidos por causar a deterioração de frutas, sendo que durante milhões de anos os nossos antepassados se alimentaram com frutas. Ademais, a agricultura, o sedentarismo e o armazenamento de alimentos surge no Neolítico, e por esses motivos crê-se que o medo por alguns insectos surge apenas no Neolítico, ou seja, num período mais recente. Já o medo por serpentes aparenta ser comum a todos os símios, e revela a proteção instintiva que esta categoria de animais do qual nós evoluímos, tem em relação a outros animais que podem ser potencialmente venenosos e letais.

O medo instintivo muitas vezes confunde-se com veneração, ou com respeito. Passa-se hoje este fenómeno com o simbolismo do leão, um animal com o qual partilhámos durante milhões de anos a savana africana, e o qual vimos a devorar e esventrar muitos dos nossos antepassados. Os nossos antepassados indo-europeus, tendo saído posteriormente de África para migrar para o Cáucaso e posteriormente para a Europa, e tendo deixado de conviver com o leão, desde há milhares de anos, deixou de trazer um medo instintivo a leões. O homem moderno, não guarda o mesmo medo instintivo a ratos, que guarda a leões, porque sempre convivemos com ratos até ao aparecimento das cidades com saneamento básico. Este mesmo princípio pode aplicar-se a serpentes ou outro tipo de cobras; sabemos instintivamente que algumas são venenosas, mas como o nosso instinto não as distingue, temos medo de todas, pois guardamos as formas e os padrões de comportamento dos animais que temos medo. O mesmo com as aranhas ou com os insectos.

Pode-se ainda falar do tão conhecido medo pelo escuro ou por estranhos. O medo do escuro deve-se tão-somente ao facto de, durante milhões de anos em que vivíamos em locais inóspitos e perigosos, como a savana ou a floresta, a noite era realmente o momento mais perigoso, pois não havendo luz, seria a altura própria para vários predadores atacarem. Vivendo os nossos antepassados em comunidades, onde numa fase inicial não existiam sequer cabanas, nem mesmo cavernas como relata a cultura popular, dormíamos muitas vezes como dormem os animais ou os outros mamíferos, ou seja, ao relento (na altura por certo ainda não havíamos perdido grande parte do pelo). Ora, não tendo qualquer tipo de proteção física, a noite era assim o momento mais perigoso, pois era o momento mais propício para ataques de predadores. A nossa proteção, tal como acontece nos primatas, encontrava-se na nossa comunidade e nas ações em conjunto. Guardámos assim um medo pelo escuro, que nos torna mais vigilantes e mais atentos a qualquer ruído, podendo estes serem sinais de perigo eminente. O mesmo princípio pode aplicar-se a medo por estranhos, indivíduos que desconhecemos, e que poderiam ser perigosos, ou mesmo medo pelos mortos, pois a convivência com cadáveres degenera numa série de doenças mortais. A psicologia evolutiva estuda todos estes fenómenos.

O anacronismo e o perigo que o medo hoje representa

O mundo mudou radicalmente desde os nossos antepassados. O australopitecos, o nosso antepassado mais remoto, tem cerca de 7 milhões de anos, já o Homo Sapiens que somos nós presentemente, tem cerca de 200 mil anos; mas só há cerca de sete mil anos, 3% do tempo do Homo Sapiens e 0,1% do tempo desde o aparecimento do australopitecos, é que vivemos em cidades. E só há cerca de cem anos é que deixámos de conviver com ratos. O medo adapta-se lentamente às circunstâncias porque estes fenómenos demoraram milhares ou até milhões de anos a consubstanciarem-se. Todavia, hoje o mundo moderno altera-se a uma velocidade que nem a própria espécie humana consegue acompanhar nos seus instintos. Hoje, nas cidades, não convivemos com leões nem com predadores perigosos, a maioria das pessoas com quem nos cruzamos na rua desconhecemos quem seja, não temos ratos nas nossas casas; os nossos leitos onde dormimos são seguros e protegidos por quatro paredes e os insectos já deixaram de ser na generalidade transmissores de doenças mortais. O único medo que ainda tem eficácia e utilidade continua a ser paradoxalmente o mais antigo, o medo pelas alturas, visto que nas novas cidades, é comum haver prédios altos e alguns arranha-céus. O medo pelas alturas é o único medo instintivo ou inato, que guardamos de milhões de anos, desde os mamíferos, que continua a ter utilidade nos tempos modernos.

Todavia todos os outros medos tornaram-se hoje em dia contraproducentes em relação à espécie. São usados por políticos maquiavélicos e conhecedores dessa mesma psicologia evolutiva para levar os países para guerras e para que o homem mate o seu próximo. O caso do nazismo é paradigmático. O judeu, na Alemanha nacional-socialista, não era um indivíduo que pertencia à tribo alemã, era outro indivíduo de uma tribo inimiga, era alguém que podia assim ser eliminado porque lhes era estranho, era um inimigo, que colocava em causa a segurança da comunidade, que fecundava com as suas fêmeas (daí as leis de Nuremberga que proibiram o casamento de judeus com alemães) e que roubava os mantimentos, ocupando ainda o seu território. É este medo pelo estranho e pelo próximo, que rebusca os sentimentos mais primários e instintivos que durante milhões de anos nos foram úteis para a proteção da nossa comunidade contra comunidades inimigas; que vão beber a grande maioria dos movimentos fascistas ou nacionalistas, da extrema-esquerda e da extrema-direita. Foi este o princípio usado pelos nazis contra os judeus, ou que é usado hoje pelos judeus contras os palestinianos. O mesmo que foi usado pelos americanos contra os japoneses durante a segunda grande guerra, ou que é usado ainda hoje pelo governo americano contra o povo árabe em geral. O medo, cujos estímulos são difundidos maciçamente através de órgãos de comunicação social para as massas (meios que os nossos antepassados não possuíam, possuindo apenas berros e gritos como sinal de alarme, como fazem os primatas), degenera na população um efeito de psicologia coletiva em cadeia (efeito de manada), que os move para a guerra plena caso seja necessário. Foi essa a génese das duas grandes guerras e da maioria das guerras de hoje em dia.

As novas gerações terão medo instintivo da coca-cola, de armas de fogo, do tabaco, fast-food e de automóveis!

Quando falava com a minha esposa de um certo filme, onde apareciam vários pitões, ela arrepiou-se imediatamente. A indústria do cinema e do marketing conhece muito bem todos estes instintos para tirar o devido lucro e proveito. Um caso famoso foi a série de filmes de Steven Spielberg “Tubarão”, que deixou meio mundo arrepiado só de pensar em tubarões. O mesmo com filmes de cobras ou o muito famoso “Aracnofobia”. Temos ainda de Hitchcock o filme “Pássaros”. São ainda comuns filmes onde aparecem cobras, ratos ou aranhas gigantes, engrandecendo assim a magnitude desse medo. O medo pelos mortos, que remonta aos nossos antepassados pela natural repulsa que devia ser conviver com cadáveres devido a vários problemas de salubridade, são conhecidos em vários filmes de zombies, fantasmas, ou o muito famoso “Exorcista”. Interessante ainda notar que em muitos filmes de terror, a vítima é uma fértil e bela mulher nova, relevando assim o medo que a comunidade tinha, pelo facto de as suas mulheres em idade fértil serem atacadas e posteriormente fecundadas ou mortas pelas tribos inimigas. Tudo isto é anacrónico e a cinematografia usa-o para faturar e atrair as massas, da mesma forma que as notícias que mais visualizações têm nos dias de hoje, são aquelas que despoletam medo coletivo ou efeito de manada, como o caso de ataques terroristas, mesmo que o referido ataque envolva menos vítimas que outros eventos, como acidentes rodoviários ou desastres naturais.

Todavia, quando percebemos quantas fatalidades existem no mundo devido a pitões ou tubarões, ficamos cientificamente espantados pois são incomensuravelmente menores que as fatalidades causadas pela obesidade ou pelos desastres de viação. Segundo estatísticas oficiais, morre em média mundialmente menos de 1 pessoa por ano, devido a ataques de tubarões, e diria que devem morrer menos de 50 pessoas por ano devido a ataques de aranhas, e na mesma ordem de grandeza podemos falar de ataques de leões, abelhas, ou doenças transmitidas por ratos. Mas morrem todos os anos, mundialmente, cerca de 1,3 milhões de pessoas devido a acidentes rodoviários envolvendo automóveis. O tabaco mata 5 milhões de pessoas por ano e a obesidade provocada pela fast-food e pela comida altamente calórica e fraca em nutrientes, cujo risco é incrementado pela promoção do sedentarismo automóvel, mata milhões por ano devido a doenças cardiovasculares (segundo a OMS, os enfartes e as doenças do coração, são as duas principais causas de morte no mundo, perfazendo cerca de 14 milhões de mortes por ano). E a coca-cola é conhecida por ser responsável por várias patologias cancerígenas, tendo ainda elevadas quantidades de açúcar. As duas grandes guerras, que no séc. XX ceifaram a vida a cerca de 100 milhões de pessoas, dez vezes a população de Portugal, tiveram esse elevado grau de eficácia na eliminação de seres humanos, apenas devido à tecnologia do armamento. Na segunda grande guerra, só a Polónia perdeu cerca de 17% da sua população, já a Rússia perdeu cerca de 14% da sua população, um valor estimado em cerca de 20 milhões de seres humanos.

A grande contradição é que a indústria publicitária que promove todos estes produtos nefastos como tabaco, fast-food e automóveis, faz uso de esquemas psicológicos e instintivos, que são o antagónico ao que realmente os seus produtos representam. Ou seja, as indústrias promovem estes produtos como sendo sinais de sucesso pessoal e profissional (o macho alfa que fecunda mais fêmeas; a fêmea autónoma e fértil que pode escolher o seu macho), e acima de tudo de segurança, a negação do medo. Muitos pais levam os filhos de carro para as escolas, porque acham que é mais seguro; a grande maioria das campanhas de marketing da indústria automóvel foca-se na segurança, mesmo que as mesmas sejam extremamente ineficientes em comparação simplesmente com políticas de restrição ao tráfego automóvel. Todos os atores que protagonizam campanhas publicitárias de empresas de fast-food não aparentam padecer de qualquer tipo de obesidade, pelo contrário, muitas vezes são conhecidos por serem mesmo atletas (a empresa McDonalds em Portugal usou numa campanha o jogador de futebol Nuno Gomes e noutra Simão Sabrosa).

A ciência dita-nos, que quer o fast-food, o tabaco ou o automóvel, estão a tomar proporções epidémicas, dadas as consequências letais para a raça humana em larga escala. Estima-se, por exemplo, que os acidentes de viação tenham ceifado a vida a 60 milhões de pessoas no século XX. O grande problema, é que a espécie na sua adaptação a novas circunstâncias, é um sistema dinâmico algo lento, comparado com a velocidade da dinâmica do mundo moderno. Reafirmo, que apesar de o Homo Sapiens, o que somos nós hoje em dia, ter 200 mil anos, só há cerca de 7 mil anos, 3% desse tempo, é que vivemos em cidades. Mas com o tempo a espécie adaptar-se-á às novas pragas e aos novos fenómenos epidemiológicos, mesmo que seja defraudada pela publicidade enganosa, aquela que coloca um "saudável e viril" vaqueiro a fumar em cima do seu robusto cavalo, mesmo que a ciência dite claramente que o tabaco reduz os indicadores de saúde e de desempenho sexual de um indivíduo do sexo masculino. A publicidade moderna defrauda sempre o indivíduo.

Não deixa de ser interessante, que o medo individual, de certa forma estou em crer, pode transmitir-se para o medo coletivo. Aquele nosso muito antigo antepassado, que viu os seus companheiros na floresta a morrer lentamente devido a uma convivência indesejável com ratos; e que sobreviveu, guardou um medo instintivo a ratos durante a sua própria existência. Se este pequeno fenómeno se repercutiu por milhares de indivíduos, podemos ter assim, uma das razões para a origem do medo coletivo. Não deixa de ser interessante ainda que os ex-fumadores são na realidade os mais radicais na luta contra o tabaco; assim como aqueles que perderam familiares em acidentes de viação são aqueles que mais lutam contra a hegemonia automóvel. Se houver um fenómeno de massa crítica, como creio que haverá, haverá uma reação alérgica e instintiva da espécie humana a fast-food, a armas de fogo, a tabaco e automóveis. Nessa altura as gerações vindouras terão uma repulsa instintiva, um medo tal como hoje temos de aranhas, cobras, mortos ou ratos; mas desta vez a comida altamente calórica e com muito açúcar, a cigarros, armas de fogo e a automóveis. A comida calórica provocar-nos-á vómitos tal como as fezes, observar cigarros e pistolas será como observar enormes vespas ou enormes verdes moscardos, e teremos pânico quando virmos um automóvel, tal como se nos pusessem no mesmo espaço confinado com uma fera de grande porte.

4 comentários:

  1. Muito de acordo com a interpretação evolucionista.A marca epigenética ou mesmo genética está cá.Tal como a selecção e/ou adaptação do tom da pele que vai do Equador ao Círculo Polar Ártico.Estou menos otimista em termos de virmos a ter mêdo dos alimentos hipercalóricos.Foram eles que permitiram a sobrevivência da humanidade.Os colhedores de alimentos hipercalóricos,doces e gorduras, e bons aproveitadores dessas calorias (resistencia à insulina e armazenamento em gordura de reserva) foram os sobreviventes e os genes estão aí e a revelarem-se perante o mercado hipercalórico e barato.
    Que a extrema direita vive à base do mêdo é claramente o seu maior instrumento.
    Mas a extrema-esquerda?Com que é que a extrema esquerda provoca mêdo?Não se chame extrema-esquerda ao Estalinismo,a partir de 1926 na Russia.Foi uma anomalia tão grande como o fascismo.A viver do mêdo,sim.

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    1. O medo pelo estranho que não partilha connosco traços fenotípicos ou étnicos é uma marca exclusiva da extrema-direita. A extrema-esquerda usa outros mecanismos primários para cativar a plebe, como a inveja pelo outro mais rico ou mais bem-sucedido do que nós. No Paleolítico não havia muitas assimetrias gigantes no meio da tribo ou do bando, nem sequer havia património. Mas foi a propriedade privada e a individualidade que permitiu avanaçar as civilizações, pois os grandes avanços tecnológicos e civilizacionais aconteceram devido a uma percentagem muito pequena da população.

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  2. A mensagem atrás não é anónima.Foi lapso.Assino Isabel do Carmo

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