Fado: Cheira mal, cheira a Lisboa!



Foto de António Pedro Ferreira
Vindo eu da Holanda onde a qualidade do ar é uma exigência popular, tendo chegado a Lisboa a primeira sensação olfativa que senti foi o cheiro a "civilização", de hidrocarbonetos e combustível queimado. E a Holanda tem 16 milhões de habitantes numa área igual à do Alentejo.

Assim dedico este fadinho à cidade de Lisboa e aos 500 mil veículos que a violam diariamente, estando a letra perfeitamente adaptável à música do famoso fado cantado pela diva Amália Rodrigues "cheira bem, cheira a Lisboa"

Cheira mal, cheira a Lisboa

Lisboa já tem Sol, mas cheira a escape
de uma noite de fumaça e bebedeira
e o turista mais atento que a retrate
descreve sempre a espessa fumaceira

Lisboa cheira a hidrocarbonetos
dos fiéis seguidores do ACP
cheira a gasóleo e a dejectos
A Lisboa do craveiro ninguém vê!

(refrão)
A segunda circular ocupada
cheira mal, cheira a Lisboa
A Avenida toda enfumada
cheira mal, cheira a Lisboa
o popó que se usa à toa
o motoqueiro é sempre a rasgar
cheiram mal porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiros de escapes no ar

Lisboa tem o cheiro de um curral
a varina já não se anda a lavar
O Saldanha e o Marquês cheiram mal
Há 10 anos que se andam a bufar

Lisboa cheira sempre a gasolina
queimada por motor de combustão
intoxica o puto e a varina
tal é a imensa poluição

(refrão)

Preço médio dos combustíveis líquidos em função do ganho médio, em Portugal


Apresenta-se de seguida a média de preços dos combustíveis mais comuns em Portugal, em função do ganho médio de um trabalhador. Estes dados foram obtidos através do PORDATA. Constata-se que apesar de os preços dos combustíveis terem crescido muito nos últimos anos em Portugal, desde meados de 1980, o ganho médio de um trabalhador comum acompanhou sempre esse crescimento na mesma ordem de grandeza, não se tendo alterado significativamente desde meados dos anos 1990. 

Aliás, nota-se que nos 10 anos entre 1985 e 1995, na realidade a carga financeira para as famílias que os combustíveis representam baixou drasticamente. Presumo pelos dados e perdõem-me o coloquialismo, que a indústria do sector seja, como diz o povo manhosa. Se porventura o preço dos combustíveis subisse a um valor algo incomportável para as famílias, tal incentivaria uma procura mais acentuada de alternativas de mobilidade, e consequentemente a dependência dos combustíveis líquidos seria reduzida. Se por outro lado, o preço estivesse muito baixo, o lucro seria inferior ao esperado, que nos últimos anos tem sido na ordem dos vários milhões. O que é feito então, tal como faz a OPEP quando debita petróleo para o mercado de uma forma especulativa e criteriosa, é um controlo analítico e minucioso, entre a procura e a oferta, para que o preço dos combustíveis esteja sempre naquele equilíbrio (ponto estável em controlo) para que nem se incentivem grandes mudanças no paradigma da mobilidade, nem haja perdas acentuadas de lucros para as empresas do sector.

A comparação é muito simples. Se houver um único traficante na cidade e um único drogado, o traficante nem quer que o drogado deixe a droga, mas também não quer que ele morra, assim, vai-lhe fornecendo um preço alto, mas sempre alcancável, para que este possa pagar-lhe e manter-lhe os lucros. Se colocasse um preço muito mais alto, o drogado por certo acabaria por ter mais incentivos para largar a droga. Mas se colocasse um preço muito baixo, o traficante perdia lucro e provavelmente o drogado morreria de overdose. Assim, o traficante faz aquilo que na economia se chama controlo. Vai ajustando o preço, para que o drogrado sobreviva alguns anos, e lhe dê muitos lucros. Os portugueses são os drogados, os traficantes são a indústria do sector do petróleo.




Velocidade virtual: a parábola dos dois irmãos!


O Manel e o Jaquim são dois irmãos que trabalham na mesma fábrica na zona urbana de Lisboa, e trabalham à jorna consoante a necessidade e a oportunidade de trabalho, ou seja recebem ao dia, começando o seu turno às sete da manhã.

Certo dia, recebem um convite de uma tia pela qual têm muito apreço, para irem os dois almoçar num sábado consigo na sua casa em Santarém, sendo o Manel e o Jaquim os seus dois únicos sobrinhos. Lembremo-nos que os irmãos recebem ao dia. Sucede que ambos já têm despesas certas impreteríveis pelo menos até ao salário de quinta-feira, chegando à sexta-feira de manhã cada um com zero euros no bolso.

O Manel, homem de trabalho, naturalmente trabalha arduamente toda a sexta-feira na fábrica, no seu turno de 8 horas das 7h às 16h. Recebe por esse dia de trabalho o equivalente diário ao salário mínimo nacional, ou seja 20€. No sábado de manhã, dirige-se à bilheteira de Santa Apolónia, e compra um bilhete de comboio para poder estar às 11h30 na casa da tia em Santarém, tendo pago pelo mesmo 20€, ou seja o que tinha ganho no dia anterior.

Ora o Jaquim, sempre foi um homem mais ponderado e racional. Quando naquela sexta-feira de manhã saiu de casa perto das 6:00 com a sua marmita, olhou para o trajeto que lhe levava até à fábrica, parou e pensou duas vezes. E em vez de seguir o trajeto normal que fazia todos os dias, seguiu diretamente a pé até Santarém ao longo dos 70km que separavam a sua casa, da casa da sua tia. Demorou cerca de 14 horas, mas foi dos passeios mais agradáveis que teve na vida. Almoçou e descansou à sombra de uma árvore na lezíria da Azambuja durante uma pausa da uma hora e pode contemplar de perto a natureza. Perto das nove horas da noite, estava a bater à porta da sua tia, que naturalmente ficou felicíssima por o ver com um dia de antecedência, tendo-lhe oferecido jantar e guarida.

No sábado de manhã estavam os três juntos a almoçar e a debater qual dos dois teria sido o mais rápido.

On the discrimination and free speech Question


Today as I was speaking with some work colleagues here in the Netherlands where I am emigrant, during the coffee break, one of them got quite offended when I made a slight joke about Jews. We were discussing how the Dutch are quite rational, when the mobility issues are concerned, which I strongly agree, and they were disagreeing with me, saying the Dutch rationality always applies to money. They were referring the Dutch national healthcare system is just money oriented, and not that much concerned about taking care of people. I replied on a quite naive way "They were founded by Jews".

One of my colleagues was so upset with my cliché that I got really amazed how can such a naive joke, create such a harm. I replied that we cannot now, create another dictatorship in which some subjects are not allowed to mention. He replied that, I touched a very sensitive cliché, a forbidden subject. After strong reflexion and meditation I realized that his reaction can only has one explanation: trauma.

The country where I come from, Portugal, was never directly involved in the second world war, we didn't have holocaust, nor any kind of strong Nazi propaganda. We were not invaded by any panzer Blitzkrieg, our cities were not bombarded, and considering the fact that our dictator at the time made the country officially neutral, we were not that affected by WWII as other European countries were. So, after the war, the collective feeling was not traumatic regarding the war effects. We have also our collective traumas, for example in Portugal, it is almost forbidden to publicly say anything positive about our ruler and dictator Salazar, who governed the country for 40 years between 1928 and 1968. And without any type of doubt, he put the public finances in order at that time. That's the scientific definition of trauma: you loose your reason due to a painful experience and you're commanded by fear. This type of individual experience can be generalized to a collective experience if we speak about a group of people or a nation.

What is my philosophical approach to such issue?

We shall never, never, never discriminate anyone, due to its gender, race, ethnicity, nationality, age, religion, sexual orientation or any kind of distinguishing features. That is basically what is stated in every country's constitution in the western world. But a black man, will always be black, and a white man will always be white (I had a very good friend of mine that used to tell me "I'm not black, I'm brown"). The truth, which I will not abnegate as a Socratic and Platonic follower, tells me that I will never discriminate a black man for being black, and I will always fight anyone who tries to do it, but the colour of their skin will always be different from one white man. As the true precise pictorial colour of my skin it is at some point different from my brother's. In the nineties in Portugal we had an outstanding public campaign which describes my point: "All different, All equal".

During all my life I had black friends and black mates, my best friend when I was at high school was black. When I was still a child I had a black nurse, so I keep the most passionate and respectful feelings towards black people. We shall never discriminate anyone for being black, white, yellow, Jew, Christian or Asian, and the Netherlands has a very good positive example to give the world, but we cannot at all, mislead the Truth, based on such precepts. When I say for instance to someone, that statistically, black people are more successful in Olympics, when the sport demands athletic premises, I am accused of being racist. Shall the numbers be neglected? If I say that, statistically, the Portuguese are not that good at Chess in the international contests, am I making any kind of national discrimination? If I say that, statistically, Asians are very good on Olympic gymnastics, am I making an ethnical discrimination? If I say that Dutch are taller than the Portuguese, am I making a national discrimination?

And what about the jokes

A free person with no traumas accept any type of jokes. If there is a fat boy, that always has been fat, and feels psychologically depressed and pain due to its weight condition, if someone makes a joke about fat people, it will harm him. The same applies to gays in Europe, to black people in north america or to Jews in Germany. A trauma, caused by a painful experience, makes the jokes regarding those subjects, not a pleasurable, but a painful experience. I am a Christian and I realize that almost anyone nowadays can make jokes about the Pope, about Jesus, about Mohammed or to any kind of sacred symbol. It harms me a bit, but I simply don't care, because I try to have an open mind. When some time ago Danish and French newspapers made some cartoons about Muhammad; after strong protests, European leaders basically stated that, the european case law, having freedom as one of the its main pillars, would allow any type of critics and jokes. They forgot to mention, that any kind of similar jokes towards Jews or gays, are not at all socially accepted or tolerated in Europe. Recently, the Portuguese gay and lesbian organization was publicly chocked, even considering a criminal process, because a famous popular singer made a song joking with the gay marriage. And this singer, publicly said, that he agrees with this type of marriages.

Conclusions

I have many years ago established my boundaries on what I can say or do, and for me human life, is and always will be, sacred and inviolable. It seems it is not like that in every culture. For instance in USA it is more socially open to criticism a public joke about gays, than the bombarding of Bagdad. Obviously that we don't want, as good humans we are, to harm other people's feelings, so we shall be sensitive to issues that can cause psychological harm or discomfort. But human life is much more important than psychological discomfort, and despite the fact you may say that one thing is not connected the other one, we shall always prioritize what is more socially allowable. And the pathway to the Truth demands pain (read the Allegory of the Cave, from Plato), and we, as freeman and freewoman, want to be able to address any type of subjects without fear or constraints, always with the maximum respect to human life and any type of race or creed. My conclusion is that orality is much more powerful when the feelings are concerned, so, these subjects preferably shall not be talked, but simply written, as reading a subject obliges the reader to have a more analytical and reasonable approach to hot issues.

Barbosa vs. Pimentel, caso encerrado


Nunca pensei que aquele escrito satírico e de desabafo literário que redigi no primeiro dia de primavera de 2011, fazer-me-ia escrever tantos caracteres sobre o assunto. Em maio de 2013, mais de dois anos depois, o processo ficou finalmente encerrado, tendo apenas colocado hoje no meu blogue, por questões de tempo. Publico as 171 páginas do processo na íntegra para a auscultação de todos. Ficamos a saber que Carlos Barbosa prestou presencialmente depoimentos contra mim na Polícia de Segurança Pública, tendo referido explicitamente que eu o chamei "filho da puta" (página 49), o que é totalmente falso, chamei-o sim, FDP, que é um sigla que pode ter várias combinações, entre as quais "Fanático dos Popós". Ficamos também a saber (página 20-22) que alguns sócios do ACP ficaram extremamente irritados com o meu texto. Penso mesmo que foi apenas devido a isto que Barbosa atuou, pois ele estava bem ciente das consequências mediáticas, daí ter feito várias pressões extrajudiciais como explanarei, pois quis demonstrar aos sócios do ACP que sabia "pôr ordem na casa". Ficamos também a saber que Carlos Barbosa pediu uma indemnização cível de 5000€, tendo usado também vários funcionários do ACP como suas testemunhas abonatórias.

Uma análise detalhada ao caso extrajudicial

Muitos caracteres escrevi neste blogue sobre o caso Barbosa vs. Pimentel, ou seja, como o ACP e o seu presidente Carlos Barbosa, de uma forma cobarde, não querendo de todo debater as questões de fundo, me colocaram um processo crime por difamação e calúnia, por ter escrito este texto. Percebi com este caso que a pessoa em questão é extremamente poderosa e influente, e temo que até tenha influências nos meios judiciais. Passo a explanar a minha análise.

Carlos Barbosa é um lobo velho da política, alguém que não tem formação superior, mas que sabe muito bem mover-se nos meios políticos e sabe exatamente o que quer ouvir a vox populis. Colocou Sócrates em tribunal por gestão danosa quando este perdeu as eleições, não que este não merecesse, mas a altura em que o fez, foi escolhida de forma meticulosa, apenas para obter popularidade junto da populaça, numa altura em que os desígnios da troika estavam ao rubro junto da população portuguesa.

Carlos Barbosa fundou o Correio da Manhã, um jornal mais populista que popular, que sabe exatamente tocar nos assuntos mais primários que são tão caros à populaça, o mesmo jornal que ganha 5 milhões de euros por ano, com a prática de lenocínio. Carlos Barbosa esteve sempre envolvido de forma muito estranha ao futebol (uma área que não é publicamente conhecida pela sua transparência nos negócios), mais precisamente ao Sporting. Posteriormente tornou-se presidente do ACP, pois considerando que em Portugal há quase seis milhões de veículos, presumindo-se que existe em igual número automobilistas, os assuntos que abordam os interesses destes últimos dão vasta popularidade. Carlos Barbosa, sabe meticulosamente, que bradar aos céus em todos os meios de comunicação social protestando contra o aumento dos combustíveis, é algo que traz popularidade, traz fama, traz eventualmente votos.

Penso assim, que o objetivo de Carlos Barbosa, sempre foi apenas um só: concorrer pelo PSD a uma câmara municipal ou a outro qualquer cargo importante, pois Carlos Barbosa é uma raposa velha da política e sabe perfeitamente aquilo que o povo quer ouvir para daí obter dividendos.

PPP rodoviárias terão um custo de 67€ por ano por cada veículo, nos próximos 30 anos


É irrefutável que as estradas providenciam um serviço público, agora precisamos de saber se queremos algo desta dimensão financeira. Tentei aferir o custo para o erário público que as PPP rodoviárias em Portugal têm por veículo, onde se incluem automóveis, camiões, carrinhas, autocarros, etc.

De acordo com uma consultora de renome as PPP rodoviárias terão um saldo negativo (já se contabilizam receitas-despesas) para o Estado de 11,8 mil milhões de euros até 2039. Considerando que Portugal tem 548 veículos por mil habitantes, chegamos a um número aproximado de 5,77 milhões de veículos. Ora usando de aritmética elementar, conclui-se que:

11,8 mil milhões € / 5,77 milhões / 30 anos  = 67 €/ano

Este é o custo anual ao longo dos próximos 30 anos, que as PPP rodoviárias terão em média por cada veículo. Falamos apenas de algumas autoestradas. Se considerássemos porventura todos os custos inerentes à rodovia, como por exemplo outras autoestradas, IPs, ICs e custos dos municípios, os valores seriam bem superiores. Todavia as interpretações deste número ficam ao critério de cada um.

Through my elongated lusty pen...


Through my elongated lusty pen
I strike my inner fleshy force
thou art this ink luscious course.
Hold thee tightly, one just can?

I envy all those virile men
whose forefingers thrust thee through
"May I call you my Loulou"?
Thy sins are not seven, they are ten!

How do thou strengthen my desire?
Why my pen gets so long?
whose length depends on thy fire

and on that lusty vigorous song?
Thou art the queen of my empire
Thou art the words, within my tongue


---


Can a Poet, be contracted by his pen?
For this tool, please provide me other words.
Women: have you thought on those swords
which belong to the brawny men?

Possesses thee, one just can?
Permission from the king and your lords
shall I get, to tight thee with my cords
cause my sins have already got to ten!

In each finger, I offer thee a sin
In each sonnet, I strike my propeller
Thou art so pure, I'd be so keen

to become thy favourite story teller
woman, thou art the reason why I'm mean
thou art my best Poetry bookseller!

A Mulher-Cidade-Catedral


P'lo mundo do desejo e da luxúria
na Mulher, nesse ente ser divino
na cama, irrigas-me com o vinho
tinto, do sangue e da penúria

E quando te brado em lamúria
nesse hímen casto, canto um hino
não passo de um sacro menino
que te segreda, ao ouvido uma injúria

Contemplo-te as abóbadas do mosteiro
cada arco do teu corpo foi esculpido
por Homero, o Poeta pioneiro

cada pilar em teu corpo foi fundido
no crente, no Messias mais cimeiro
que to espeta com a seta de Cupido

---

O Arquiteto que te fez há tanto tempo
esculpiu-te com o esquadro e o compasso
fez-te ver em cada alma um tormento
uma guerra sanguinária em cada passo

E nas guerras, nos brados, no lamento
no desejo, na paixão pelo teu traço
oro em honra a esse momento
em que te forço nas garras de um abraço

Diz-me, quem esculpiu as tuas curvas?
Que incauto, por certo não seria
Desenhou-te as artérias e as ruas

Inundou-te de fluido a larga ria
Despiu-te as lascivas pedras nuas
do mosteiro. Pões o crente em agonia!

---

Que to disse, que bela não eras?
Quem foi que proferiu tal heresia?
que nas tuas ancas no outro dia
revi a cópula de duas feras

Os teus seios são quimeras
cada olhar, a maresia
Sou Poeta, és a Alegria
Sou escuteiro, p'las tuas serras

És Vénus, o planeta vagabundo
que no meu sono, revela a perfídia
és coveira funesta, o osso imundo

que a miséria me trazes com a mídia
e na carne mulherenga deste mundo
está a génese primária da intriga!


Aumento de taxas municipais em Lisboa para 2014


Segundo noticia o jornal Público, a CML anunciou que para 2014, vai aumentar uma série de taxas municipais penalizando ainda mais os seus moradores e comerciantes. A somar a todos os impostos que os portugueses pagam, vêm aí aumentos numa série de impostos municipais em Lisboa, para suprir o decréscimo na receita da autarquia.

Embora não tenham especificado quais, é expectável segundo a mesma fonte, que se aumentem para 2014 o IMI, a Derrama, o IRS (na parte que constitui receita do município) e a Taxa Municipal de Direitos de Passagem.

O direito à habitação está constitucionalmente consagrado, mas neste direito a autarquia de Lisboa, do ponto de vista fiscal, mais não faz que o lascar. Quem tem habitação própria tem obrigatoriamente que pagar IMI e taxas de direito de passagem que vêm inscritas nas faturas dos fornecedores de serviços. Já a posse do automóvel, para não variar, recebe dos nossos edis, o estatuto de sacrossanto, e nas taxas sobre o mesmo, nem se toca.

O neo-clero: os elementos da seita dos mercados


Na idade média, antes do aparecimento da burguesia, havia essencialmente três classes sociais: os nobres que detinham as terras e faziam a guerra; o povo, que trabalhava para os nobres, pagava-lhes impostos e servia na guerra normalmente na infantaria; e o clero, uma classe dotada de conhecimentos intangíveis que dominava os assuntos do sagrado da ordem ideológica vigente.

Os nobres eram os capatazes do povo, geriam os seus negócios, a sua diplomacia militar e territorial com a coroa e defendiam o território contra as invasões de exércitos inimigos, sendo a sua missão mais importante a preservação da soberania territorial. O povo, era quem trabalhava, era a mão de obra de qualquer país, e dele vinham os elementos mais frágeis que serviam nas guerras medievais. Os mais hábeis poderiam servir de arqueiros, por exemplo, ou de cozinheiros para o senhor feudal. Os elementos do clero, eram aqueles que hoje sem qualquer margem para dúvida se denominariam de "parasitas". Entendidos nos domínios da ordem ideológica e teológica vigente, não trabalhavam, não pagavam impostos, não pagavam qualquer tipo de rendas, e ainda recebiam habitações luxuosas, rendimentos generosos, alimentação e transporte gratuitos. E quem pagava tais benesses? A coroa ou os nobres, que por sua vez obtinham através de impostos que cobravam ao povo.

E como mantinha o clero este estatuto superior e quase sacral? Baseavam-se nos Evangelhos, no seu sapiente conhecimento e no medo instituído ao povo do Todo-o-Poderoso, para que o povo fosse explorado e se limitasse a trabalhar para si. O clero era assim, um extrato da sociedade que de tangível nada produzia, e que nem trazia qualquer mais valia económica, social ou intelectual para a nação. O seu domínio era o domínio do intangível, e por esse conhecimento deveria levar uma vida faustosa onde a frugalidade e a temperança não eram termos postos em prática. Foi também devido a este tipo de sectarismo social e a este estatuto quase sacral que o clero de então levava, que se deu origem à denominada Reforma, dando origem às igrejas protestantes.

The link between money and faeces, according to Freud


According to Freudian psychoanalytic and psychosexual theory of human psychological evolution there was a strong relation between faeces and money. Individuals who as children had more pleasure retaining their faeces using their anal sphincter are more probable to be miser adults, whereas children who had more pleasure expelling their faecal excrements, would more probably be waster adults. This happens mainly in the so called anal phase, the second stage of Freudian psychosexual development, between around 2 and 4 years old.


"Rabo" in Portuguese means literally "ass"

O aborto e as questões da "opção"


Para os sofistas bárbaros, infanticidas e medíocres que advogam a "opção" nas questões do aborto, conto-vos uma pequena estória que me contaram há mais de 20 anos.

Num campo de concentração nazi, havia uma jovem mulher judia, que tinha dois filhos gémeos menores. Um oficial nazi de elevada patente, aproxima-se da mulher com um revólver em riste apontado para as crianças e pergunta:
-Qual dos dois quer ver morrer?
A mulher em choro desesperado e aos gritos refere:
-Nenhum, por favor nenhum.
O oficial nazi responde:
-Dou-lhe a opção de escolher. Caso não escolha nenhum, mato os dois.

A génese do Mal: estados unidos da américa



Às 8:15 de 6 de Agosto de 1945, um avião de nome Enola Gay, larga uma bomba de nome Little Boy na cidade de Hiroxima. CEM MIL PESSOAS SÃO FULMINADAS EM NOVE SEGUNDOS.

Concluo aquilo que qualquer humanista não pode deixar de concluir. Enquanto a américa existir enquanto nação, a Humanidade não terá paz, os estados unidos da américa representam o Mal da Humanidade, um cancro para o Homem, e esse cancro precisa de ser curado, com Amor e com a Palavra, nunca com violência. Os estados unidos da américa representam o Mal para a Raça Humana, representam a doença mais nefasta que a Humanidade já presenciou, são um vírus que precisa de vacina. Os estados unidos são uma doença funesta, uma doença mortal, uma doença que tem cura, e essa cura chama-se Amor e Palavra. O Mal trata-se com o Bem. A violência cura-se com a Paz, o ódio cura-se com o Amor. O Mal que representa os estados unidos enquanto nação e enquanto ideal cura-se com o total desprezo e repúdio pelos seus ideais, pela sua cultura desprezível, pela sua música, pela sua cinematografia fútil e horrenda, por desprezo com todos os seus presidentes, por desprezo com todas as suas celebridades, por total desprezo com todos os representantes da sua cultura, da sua diplomacia e dos seus ícones culturais. Os estados unidos da américa representam, na iconografia metafórica religiosa, Satanás. Mas o Satã não se combate com a espada, mas com a caneta. O Satã não se combate com o sangue, mas com a Palavra, o Satã não se combate com o ódio, mas com o Amor. Hoje declaro guerra aos estados unidos da américa. É a guerra fria da Palavra e da Paz, do desprezo e do repúdio. É impossível o meu coração ficar indiferente perante este horrendo desprezo pela raça humana. A américa enquanto nação, com os seus ideias, e não os seus habitantes obviamente, representa a verdadeira génese do Mal. Este é um cancro que muitos veneram, e eu não sou um deles. E para esse cancro há uma cura: Palavra escrita que reponha toda a Verdade sobre a desumana crueldade perpetrada pelo império do Mal.

Walking measuring tip: two normal adult steps are 1.5 meters


Just for the record, so I wont forget. Romans were using steps as a standard measure, as legions were marching through Europe. The word mile actually comes from Latin mille which means one thousand paces or double-steps. I realized that one pace was 1.48 meters, so two steps should be around 1.5 meters. I tried now at my home with a measuring stripe and it works quite fine. Try to walk two normal steps and you'll se that it should be around 1.5 meters. Obviously, this shall not be used to make fine measurements but it's a very good tip to easily make a rough approach to distances. Keep in mind: two normal adult steps are 1.5 meters. 

The calculations are quite simple if you consider that 1.5/2 is 3/4. So you just need to find 3/4=75% of the number of the steps you give, to find the correspondent distance in meters. The simplest mental act to do, is to divide by 4 (divide by two and again divide by two) and then multiply by three. If you walk 8 steps you walk 8/4*3=6 meters; 12 steps, you get 9 meters; 20 steps shall be 15 meters and so on.

A Lila foi trucidada por um carro




"Era apenas uma gata" numa aldeia onde tenho casa, uma pequena aldeia onde a velocidade máxima devia ser 30km/h, todavia circula-se às vezes a 80km/h. O excesso de velocidade é um grande problema em Portugal nos meios urbanos, e entretanto a Lila foi trucidada e desventrada por um carro que segundo testemunhas ia quase a 90km/h, e que nem se dignou a parar, ficando a sua carcaça desfeita no meio de estrada. Foi a Lila mas podia ter sido uma criança, e se fosse uma criança não seria por certo a primeira.

Este tipo de acontecimentos dão-me energia para continuar, e mais não direi, porque tudo o que a seguir disser não será por certo delicado, pois não quero ofender o cabrão e filha da puta do Barbosa e o seu coio de preguicentos do ACP.

Nuno Crato defende que o povo passe fome?


Foto de Nuno Ferreira Santos, jornal Público
Muitos dos nossos jornais estão tão sedentos de notoriedade que truncam as palavras dos dirigentes para obterem mais leitores, estes últimos sedentos de apedrejarem os governantes. Nuno Crato, numa conferência sobre o Orçamento de Estado para 2014 e num exercício meramente hipotético e metafórico disse que "teríamos de trabalhar mais de um ano sem comer, sem utilizar transportes, sem gastar absolutamente nada só para pagar a dívida". O que é uma metáfora matemática, sendo ele um homem dos números, considerando que a dívida pública é 130% do PIB, ou seja cerca de 15 meses de produção.

É uma metáfora que uma mente minimamente inteligente entende, e que os jornais truncam e amplificam para receberem mais leitores, numa altura de crise e de dificuldades. Lembremo-nos que Nuno Crato é um académico reputado, com várias publicações científicas e nunca defendeu que o povo passe fome, não deturpem as coisas por favor.

Todavia muitos jornais de referência publicam notícias a negrito cujo título é Crato diz que era preciso "trabalhar um ano sem comer" apenas para lançarem achas para a fogueira.

Imposto de circulação automóvel (IUC) na Holanda


O salário mínimo na Holanda é, líquidos, cerca de 1100€ por mês vezes 12 meses. Em Portugal, líquidos é cerca de 430€ mensais (consideremos apenas 12 meses). O rácio do salário mínimo é então 2,5 vezes. O salário médio líquido em Portugal ronda os 720€ mensais, já na Holanda ronda os 2000€, ou seja um rácio de 2,7 vezes mais

A seguinte tabela apresenta um comparativo entre o Imposto Único de Circulação pago em Portugal, com o equivalente pago na Holanda, o motorrijtuigenbelasting, mais conhecido como MRB. Os valores são anuais. Apresentam-se na tabela cinco carros muito conhecidos entre os portugueses e com um número elevado de unidades vendidas. A tabela não é exaustiva, é meramente exemplificativa. Os dados para o IUC Holandês, são referentes à região da Holanda do Norte, onde se encontra Amesterdão. 

Automóvel
Emissões de CO2 (g/km)
Cilindrada
(cm3)
Peso
(kg)
Rácio aproximado
118
1500
1220
130 €
1144 €
9
127
1149
1071
162 €
456 €
3
95
1368
1020
130 €
456 €
3
VW Golf Mk6
1.6 TDI
120
1598
1200
130 €
1144 €
9
205
1951
1950
342 €
2220 €
6,5

Pode o caro leitor fazer a sua simulação para o seu carro, no sítio do governo Holandês. Escolha a primeira opção: 'personenauto' e na província escolha: 'Noord-Holland' (Holanda do Norte onde é Amesterdão). Depois é só dizer o combustível ('benzine' é gasolina) e dizer o peso do veículo. Os valores aparecerão por trimestre e por ano (jaar). Assim peço que da próxima vez que se discutirem estas matérias não me venham com a tanga dos salários. Todos os portugueses que conheci aqui na Holanda, não têm carro. O Samuel, dos seus 40 anos e que é do Porto e que está empregado nas limpezas no parlamento Holandês, só anda de bicicleta. O Luís, que trabalha numa fábrica e também é da zona do norte de Portugal, só anda de transportes públicos. É assim que eles poupam para enviar dinheiro para a família. 

A Holanda tem 16 milhões de habitantes numa área igual à do Alentejo. Raros são os prédios com garagens, pois os holandeses não estão para dar mais 20% pela habitação para as fundações dos parqueamentos (não, não é apenas por causa do terreno como muitos pensam). As grandes cidades holandesas são mais populosas que as portuguesas, por exemplo a grande área urbana de Amesterdão tem 2,2 milhões de habitantes, mas tem mais bicicletas que habitantes. Os transportes públicos são excelentes e quase omnipresentes. As ruas são das pessoas e não dos carros. Criticam-me sempre, pois segundo muitos, em Portugal é preciso melhorar antes os transportes públicos. É a velha questão: primeiro o ovo ou a galinha? Melhorar primeiro os transportes públicos ou desincentivar o automóvel nos meios urbanos. Não me levem a mal, espero, mas 30 anos passados em Lisboa e apercebi-me que não podemos ficar à espera do ovo, e temos que ir à galinha.

Há muitos portugueses que só passarão a usar autocarro ou comboio, quando estes tiverem serviço de excelência de primeira classe, com bancos em pele, e televisão a bordo. Por isso o caminho que em Portugal deve ser tomado é só um: aumento brutal dos combustíveis e aumento de todos os impostos relacionados com o automóvel. Num país sem qualquer consciencialização cívica ou ambiental, as gentes só se regram “quando lhes vão ao bolso”. E os holandeses, por mais civilizados que possam eventualmente parecer ser, não são diferentes; para tal basta analisar a tabela supra mencionada, que talvez explique também porque motivo tanta gente adopta a bicicleta como modus movendi.

Playboy Holandesa mostra bicicletas como sinal de virilidade, em vez de carros


Antes de mais, peço perdão às mentes mais sensíveis, devido ao conteúdo pictórico, mas não pude deixar de fotografar a revista da Playboy Holandesa, enquanto a folheava na espera pelo corte de cabelo num barbeiro local. O que me intrigou foi que, ao contrário da maioria das revistas do género, em diversos países pelo mundo, esta versão holandesa dava primazia à bicicleta como sinal de virilidade, e não ao automóvel.

De salientar que existe uma ligação psicossexual muito vincada, entre o automóvel e a virilidade masculina. Reparem que essa ligação é estritamente psicossexual e não tem qualquer relação pragmática, até porque, é plausível que os homens que andam de bicicleta (não esquecer os selins com cavidade perineal) devido à melhor forma física e ao exercício diário, tenham mais sucesso na hora H. Já os automobilistas convictos, por levarem por norma uma vida mais sedentária com menos atividade física, estatisticamente tendem a ser menos eficazes nos domínios da libido.

Ora, os autores da Playboy versão Holandesa, quem sabe por estarem cientes de tais falácias freudianas, ou talvez unicamente devido a questões culturais, em vez de promoverem o carro como símbolo de virilidade masculina, promovem a bicicleta. Nos artigos mais desejados pelos homens holandeses, que surgem nas páginas iniciais da revista, não vêm os carros que o Ronaldo tem na sua opípara garagem, vem antes um velocípede. Juntamente com um casaco de gama semi-alta, um bife na pedra, uma banheira com um desenho pós-moderno, uns sapatos de excelência ou um trator corta-relva, vem uma bicicleta com um quadro altamente pós-modernista para o quotidiano do metrossexual holandês. A virilidade, neste caso, em vez de se encontrar na potência do motor, está no preço, pois esta relíquia custa a módica quantia de 3751€.



A bicicleta e as visões de um republicano



Sou, fui e sempre serei republicano, pois quem deve eleger os representantes máximos de uma nação é o povo, não o sangue. Todavia não deixo de, enquanto fiel seguidor dos princípios republicanos, ficar estupefacto pelo facto de os valores estarem completamente invertidos. Em Portugal, o presidente da República leva uma vida faustosa, queixando-se dos seus "parcos" rendimentos e viajando sempre em opíparas viaturas pagas com os impostos dos contribuintes. Segundo consta a presidência da república tem gastos superiores à casa real espanhola. Já a monarca holandesa, princesa Máxima, nas cerimónias públicas apresenta-se de bicicleta como neste caso na inauguração de um jardim público. Cavaco Silva, há muito que corrompeu os ideias republicanos, a começar pelo da igualdade.

A crise estrutural de Portugal está na dívida pública


Não é preciso ser tão inteligente como o Dr. Medina Carreira, para perceber que a crise mais tarde ou mais cedo chegaria. De 1999 a 2013, em 14 anos, a dívida em termos absolutos quadruplicou.


Grande capital financiou secretamente a CGTP?


Parece paradoxal mas não o é? O que mais deveria agradar a um grande capitalista e agiota internacional, era uma manifestação nas ruas da CGTP pedindo mais salários e mais benefícios sociais, principalmente durante os governos de José Sócrates. O agiota que emprestava dinheiro ao país, sabia muito bem que essas regalias seriam pagas com dívida e não com produção ou riqueza, e mais dívida, mais juros. O país paga agora por ano cerca de 7,5 mil milhões de euros só em juros, aproximadamente 4,5% do PIB, o dobro dos cortes que se procederam para o Orçamento de Estado de 2014. O país esta a pagar agora sucessivos governos fracos que se foram vergando a uma esquerda burguesa e a reivindicações sindicais. Sócrates, com o país em pré-bancarrota aumentou os funcionários públicos em 3% apenas por questões eleitorais. O governo de Passos Coelho corta agora os mesmo rendimentos em 10%. Muito provavelmente nesse diferencial encontram-se os juros da dívida que entretanto foi contraída para o dito aumento de 3%. 

Nos dois governos de José Sócrates, ou seja durante os 6 anos e 3 meses dos XVII e XVIII Governos Constitucionais, entre março de 2005 e junho de 2011 a dívida cresceu 45,7% do PIB ou seja uma média aproximada de 500 Euros por segundo.

Os funcionários públicos e os portugueses estão a pagar em cada centavo as suas irresponsabilidades eleitorais. Em Democracia, o culpado da mediocridade da classe política é sempre do povo. Por isso apelo que nas próximas eleições votem mais com a cabeça e menos com o coração, e antes de pensarem apenas no vosso quintal, pensem no estado da nação.

Perdoai-me portugueses, não quero ser agiota


Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura. Êxodo 22:25 


As progressões geométricas são fodidas,
e os portugueses foram tidos como incautos
O Orçamento de Estado para 2014 é dos mais duros e dos mais rigorosos nos cortes salariais aos funcionários públicos sendo que a austeridade já havia feito cortes de diversas regalias sociais como por exemplo as pensões dos ex-funcionários públicos. Caros leitores, sou matemático, estudei matemática e dou lições de matemática, não contem por isso comigo para alinhar na lógica populista e demagoga da esquerda neoburguesa. Mas confesso que já estou enjoado com o cartel de economistas com linhas de pensamento liberal, que sistematicamente refere que é preciso cortar na despesa do Estado, para manter as contas públicas em ordem, quando não ousam referir uma única palavra em relação aos juros abismais que o país paga aos agiotas.

Quando o país estava à beira da bancarrota em 2011, emprestei 1000€ aos portugueses através de títulos do tesouro nos CTT. Passados dez anos, os Portugueses pagar-me-ão quase 2000€ numa taxa de juro composto de cerca de 7% ao ano. Ou seja, os portugueses, que vivem na pobreza e na miséria, pagar-me-ão a mim, credor do estado, o dobro daquilo que pedi.

Dir-me-á a tríade de liberais que berra contra a despesa do Estado – por exemplo o Raposo que escreve no Expresso, o César das Neves que escreve no DN e o Medina Carreira  – que os juros estão indexados ao mercado e por menos que isso não se emprestava dinheiro a Portugal. Então coloquemos de uma vez as contas públicas em dia e expulsemos de vez os agiotas. Sou matemático, e não é preciso ter fundamentos de aritmética mais complexos que um qualquer merceeiro para perceber que se Portugal nunca teve excedente orçamental desde a revolução de abril, mais tarde ou mais cedo, o país entraria em falência sem conseguir pagar os seus compromissos (a seita engravatada aduladora dos mercados denomina default a este cenário).

O que me deixa mesmo muito indignado, é que nunca ouvi de qualquer economista de pensamento liberal, e que tenha algum amor próprio à nação, revoltar-se contra os juros abismais e agiotas que o país paga aos seus credores. Portugal paga em 2014 cerca de 7,2 mil milhões de euros apenas em juros o equivalente ao que paga para o SNS, é um BPN por ano. Neste orçamente de estado para 2014, estão então alocados os tais 7,2 mil milhões de euros só para pagamento de juros que representam 4,3% do PIB, que é exatamente a meta do défice para esse ano. Simplificando, se Portugal desse o calote apenas nos juros (diga-se por sua vez agiotas), pagando naturalmente como pessoa de bem, o valor que pediu emprestado, não precisaria de ter feito todos estes cortes anunciados no OE2014 e ficaria sem défice público orçamental. Parece estranho, não é?

Portugueses, quero assim publicamente pedir-vos perdão pela minha prática usurária. Não sinto que após 10 anos enquanto credor, mereça receber o dobro daquilo que vos emprestei. Se pensardes que muito provavelmente gastaria esse montante em compras em Portugal, parte desse dinheiro poderia ser injetado na economia nacional. Todavia, grande parte da dívida pública portuguesa, está nas mãos de agiotas capitalistas internacionais, que mais não fazem que emprestar dinheiro aos países, para viver à conta dos juros usurários que lhes praticam. O memorando da tróica, e concordo totalmente com o PCP na adjetivação mas por motivos ideológicos distintos, é assim um pacto de agressão aos portugueses. Dizer que o país não teria dinheiro é falso, completamente falso. Não continuaria a máquina fiscal a funcionar e cobrar impostos? Os impostos não chegariam para as despesas? Solução: calote aos juros e aos bancos das PPP rodoviárias e que os mesmos nos penhorassem então as autoestradas. Só nestas duas parcelas estão cerca de 7% do PIB.

O neoliberalismo e a lógica de mercado assenta os seus ideias no primarismo do ser humano, nos sentimentos mais primários, como a posse, a aversão à partilha, a intriga, a querela, renegando o cooperativismo e a entreajuda. Já o comunismo, sob a capa de um comunitarismo, apenas instiga a um dos sentimentos mais primários e mais heréticos: a inveja dos bens do próximo. Evoquemos assim uma república de Platão, autor para quem os juros era uma prática injustificável. Tenho pena que João César das Neves - dizem que é católico mas nunca deve ter lido as Sagradas Escrituras – nos omita nas suas crónicas a referência aos juros.

É que houve em tempos um usurário cristão-novo que se dedicava à matemática negra (a matemática ao serviço do mal) e que começou a usar um ábaco para fazer uns cálculos elementares, e concluiu facilmente que a um juro de “apenas” 7% ao ano, como é composto, passados 10 anos, o devedor já lhe deve o dobro daquilo que lhe emprestou. Passados 40 anos, deve 15 vezes mais. Os agiotas dominam muito bem as progressões geométricas.

Portugueses, quero assim reiterar, enquanto seguidor da matemática benévola e da Bíblia, que não me sentiria bem em receber passados 10 anos, o dobro daquilo que vos emprestei, assim sendo, quero apenas os 1000€ mais o valor da inflação, e nem mais um cêntimo. Se aceitasse a agiotagem praticada sobre vós, precisaria de um papa para me confessar, assim sendo o diferencial correspondente, deixo aqui lavrado, entregarei como doação ao Estado.

Primeiro-Ministro fala sobre o preço dos combustíveis




O Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho é aqui abordado na RTP, por um taxista que lhe coloca a questão do porquê dos combustíveis estarem tão caros. Existe uma corrente popular, que acha que o Estado - como em muitas outras matérias - tem de subsidiar combustíveis. Infelizmente e até paradoxalmente estas correntes vêm de setores muitas vezes da esquerda parlamentar. Todavia o Estado já o faz, por exemplo no caso do gasóleo agrícola pois considera que a agricultura é um sector estratégico. Não seria ainda de todo irracional, que o Estado apoiasse taxistas que queiram fazer a transição para viaturas mais ecológicas, pois o táxi é uma peça fundamental na mobilidade urbana.

Falo do meu caso. Não tenho carro e sempre me desloquei de transportes públicos, a pé e de bicicleta. O táxi era essencial pois permitia-me deslocar-me a certas horas quando os transportes púbicos convencionais não eram alternativa. O que os taxistas não podem querer, é poderem poluir a cidade à vontade, considerando que o diesel, segundo a OMS, é um cancro ambiental e para a saúde, e que os táxis, ao contrário de outras emissões de motores a diesel, emitem esses contaminantes em meios urbanos. De referir ainda, que segundo consta, os filtros de partículas filtram apenas uma pequena quantidade de partículas, logo muitas vezes são ineficientes.

Solução: O táxi é importantíssimo para a mobilidade urbana, pois o veículo desloca a pessoa do ponto A para o ponto B, não ficando a ocupar espaço nesse ponto, sendo assim muito mais eficiente do que um automóvel particular, mas os táxis têm de urgentemente fazer a transição para formas bem mais limpas de mobilidade, considerando que a grande maioria dos táxis anda a gasóleo, e que além disso, têm uma idade algo envelhecida, poluindo ainda mais os ambientes urbanos. Explica-se assim que o Eurostat coloque Portugal no segundo lugar da UE, com mais mortes por pneumonia.

Sobre a taxa audiovisual da RDP


Se queremos ter televisão pública com qualidade, temos de pagá-la. Temo é que muitos trabalhadores e pessoas ligadas à RDP não se manifestem em prol do interesse público, fazem-no apenas pois estão em causa os seus próprios interesses pessoais, prática comum em Portugal.

O princípio do pagamento da referida taxa que se paga juntamente com a fatura da luz é que normalmente quem tem luz, tem rádio ou televisão e usufrui por defeito dos serviços públicos de rádio e/ou televisão (exceção óbvia para iluminação pública, jardins, elevadores, etc.). Relembro que a taxa é para a RDP, não apenas RTP. As rádios públicas não têm publicidade por exemplo e passam excelentes programas informativos. Lembro-me por exemplo dos filmes da SIC e da TVI e até extenuava com meia-hora de publicidade em cada intervalo. A SIC não disponibiliza muito conteúdo gratuito na Internet e a TVI apenas muito pouco. A RTP pelo contrário, fornece todo o seu conteúdo na Internet de forma gratuita e sem publicidade.

Este sistema de taxação na Noruega funciona com fiscais do estado que vão a casa das pessoas confirmar se têm TV e paga-se a dita taxa por cada TV que houver em casa. Em Portugal, por questões mais que óbvias, tal medida seria impraticável.

Venho aqui defender a RTP e nunca tive televisão em casa, pagando sempre a dita taxa a muito custo. Todavia enquanto emigrante sinto que a RTP fornece conteúdo muito útil para mim, no seu sítio de Internet, sem publicidade e de forma completamente gratuita. E isso é serviço público, e o serviço público tem de ser pago.

Corte total das subvenções aos ex-políticos renderia 10 milhões de euros ao Estado


Segunda adianta a Antena 1, a Caixa Geral de Aposentações, gasta por mês 750 mil euros neste tipo de subvenções a ex-políticos. Estas subvenções não são o seu único rendimento, pois acumulam com a reforma normal que já têm ou com outros rendimentos. 750 mil euros vezes 14 meses dá a quantia aproximada de 10 milhões de euros. Grão a grão....

E mais que uma medida orçamental, seria uma medida com um forte impacto simbólico numa sociedade, onde apenas 9% dos portugueses acredita nos partidos políticos.

O automóvel e o preço do espaço público



Preço da ocupação/utilização do espaço público
por m2 por dia efetivo (24 horas), em Lisboa
Tipo de ocupação Esplanada de quiosque Banca de feirante Automóvel de morador




Área pública ocupada 50 m2 10 m2 10 m2
Preço pago ao erário público 4800€/ano
(400€/mês)
192€/ano
(16€/mês)
12€/ano (para moradores)
Tempo de ocupação do espaço Todos os dias, das 9 às 24:00, exceto domingo Duas vez por semana, durante 8 horas cada 24€/dia durante
7 dias por semana
Tempo efetivo de ocupação em horas 4689 horas/ano
(15 horas/dia*6 dias/semana*52,1 semanas/ano)
833 horas/ano
(8 horas/dia*2 dias/semana*52,1 semanas/ano)
8760 horas/ano
(24 horas/dia*365 dias/ano)
Número de dias efetivos de ocupação (valor anterior dividido por 24 horas) 195 dias 34 dias 365 dias
Preço efetivo por dia (24 horas) 24,6 €/dia 5,60 €/dia 0,03 €/dia
Preço efetivo por dia (24 horas), por m2 0,49 €/dia-m2 0,56 €/dia-m2 0,003€/dia-m2
Rácio 160 180 1

Um feirante de Lisboa paga 180 vezes mais pela ocupação do espaço público, que um automobilista residente em Lisboa. Já um comerciante com uma esplanada paga 160 vezes mais pelo espaço público, que o mesmo automobilista residente em Lisboa, considerando o que o dito automobilista residente paga os tais 12€/ano à EMEL pelo respetivo dístico. Falar da cidade, e não falar da valorização do espaço, é ser-se ingénuo, ou ignorante. Em cidades como Lisboa, com as suas pequenas praças e as suas ruelas, o espaço (ou falta dele) é uma questão crucial. Assim sendo é natural que as pessoas paguem pela utilização do espaço, público ou privado. Quando compramos casa, pagamos um certo preço por m2, mesmo que esse espaço seja organizado muitas vezes verticalmente, e nesse preço não estão imputados apenas custos da construção do edifício, estão também contabilizados os custos do terreno, ou seja: espaço.

Quando um comerciante ocupa uma esplanada com um café, ocupa espaço público, então naturalmente terá de ressarcir a autarquia, ou seja o erário público, pela utilização desse mesmo espaço que é público. O mesmo princípio se aplica à ocupação de um quiosque ou de uma banca numa feira. O facto de ser público não quer dizer que é para ser usado gratuitamente, tal só se aplica quando a minha utilização não impede a utilização dos outros. Ninguém paga imposto ou taxa pelo ar que respira nem pela água que bebe da fonte, pois quando respira certa quantidade de ar que lhe rodeia, não limita a utilização dos outros. O mesmo se aplica à água da fonte. Mas quando um comerciante ocupa uma praça com uma esplanada, está a impedir terceiros de usar essa esplanada, para fazer negócio, mesmo que o dito café seja um espaço público para usufruto de todos, mediante o consumo de certos produtos. No caso de um feirante aplica-se o mesmo princípio, tem naturalmente de pagar pela ocupação do espaço que ocupa e esse pagamento depende do tempo em que ocupa o referido espaço.

É assim totalmente aceitável, compreensível e racional que um carro pague estacionamento mesmo o espaço sendo público, e por três razões. A primeira é que o dito carro ocupa espaço público, que podia ser usado para outros fins, como por exemplo esplanadas, quiosques, jardins, parques infantis, etc. e cuja ocupação por parte do veículo, impede terceiros de usarem esse mesmo espaço. Se todo o espaço é pago, público e privado, porque estaria o carro isento? Segundo, é que ao contrário de uma esplanada ou quiosque, um carro parado não presta qualquer serviço público. Um café presta serviço público, pois gera um efeito de coesão no bairro pois por exemplo serve café e pão fresco pela manhã e o mesmo princípio se aplica a um quiosque quando nos vende um jornal. Um carro estacionado está no local imóvel não gerando qualquer efeito sinergético com os habitantes. E em terceiro lugar, ao contrário de uma esplanada, um carro estacionado é apenas um retângulo de metal, que está vedado a todos os restantes cidadãos, ou seja é um espaço público que foi temporariamente privatizado, sem usufruto de terceiros.

O estacionamento na rua, é tecnicamente, uma privatização temporária do erário público sem usufruto de terceiros. Por estes motivos, um carro estacionado deveria pagar mais por m2 do que um café ou uma esplanada. Todavia, feitas as contas, os valores estão assustadoramente invertidos.

Rua Vale Formoso de Cima, o reflexo de um país


Muitos se questionam de onde vem o meu "radicalismo" contra a hegemonia do automóvel. Se eu for ao étimo da palavra em apreço, radical vem de raiz, por isso sim, sou radical, pois gosto de procurar a verdadeira raiz dos problemas para desta forma encontrar melhores e mais duradouras soluções. Se para o mundo inteiro um mais um é igual a 4, e um qualquer indivíduo referir em voz alta que um mais um é igual a dois, estará a tomar uma atitude radical e controversa, todavia não quer dizer que não seja verdadeira.

Há quem diga que um homem se define em parte pelo local onde nasceu. Ora, eu sou um caso paradigmático de rebeldia visceral contra o bairro onde nasci. Nasci no Lote 1679 na av. Infante D. Henrique (na realidade nasci numa clínica, mas com dias vim logo para casa) em Lisboa. Na prática, a artéria viária que dava serventia ao prédio onde vivia era a Rua Vale Formoso de Cima, onde passei milhares de horas da minha juventude. Vivi nesse bairro desde que nasci até os 18 anos de idade, ou seja 18 anos da minha vida. Foi nesse bairro que construí das amizades mais estruturadas e mais duradouras, os denominados amigos de infância. Todavia assisti gradualmente à constante degradação do espaço público da rua onde cresci.

Quando tinha 10 anos de idade os passeios tinham uma largura de mais de 2 metros ao longo de toda a rua, permitindo por exemplo que pessoas com carrinho de bebés e com mobilidade reduzida, ou idosos se pudessem deslocar. Em 1997 fizerem-se substanciais obras de "melhoria". Removeu-se o empedrado, alcatroou-se a rua, e os passeios foram reduzidos ao que hoje são, ou seja menos de meio metro. A praceta onde jogava à bola, era um parque de estacionamento, em que estávamos constantemente a ser expulsos pelos donos dos automóveis. Quando vi que chegaram as máquinas para umas obras na praceta onde jogava à bola, mesmo em frente ao meu prédio, ganhei esperança pois julgava que a autarquia iria construir um campo de futebol para eu brincar com os meus amigos. Mas não, a Câmara mais não fez que aumentar o dito parque de estacionamento, para que pudesse comportar mais automóveis.


Rosas, cravos e lírios
que planto no furor da aurora
brado e grito p’los Sírios,
das balas que me cravam agora

Sinto de Cristo o martírio
a cruz da sua longa hora
“Doutor, são apenas delírios
de um Poeta que chora!”

Maria, a magna Helena
que me trespassa o coração
com a espada da trezena

com a cor da oração
“Doutor, não sinta pena,
do que me grafa a mão”

---

Helena, astuta e bela
que me instiga à paixão
são as farpas da querela
a que devo dizer não

Helena é a chancela
da Europa, o Bastião
Mas à minha amada doei a cela
que me amarra o coração

São treze os meses da mulher
que aos números dão azar
Amar é nunca querer

voltar a aceitar amar
e quem de vós não o disser
não ama quem amou no Altar

Fernando Seara, mais um CANALHA!


Eu costumo dizer que a A16 permitirá que de Sintra
ao Centro Comercial Colombo se demore 15 minutos
   Fernando Seara, setembro de 2009

O duo ficou completo quando o biltre do Barbosa, se juntou ao canalha do Seara para as autárquicas para Lisboa. Sorte a do povo de Lisboa, pois muito provavelmente não ganharão. Pensei sobre este tópico e racionalizei que poderia eventualmente nem sequer abordar esta questão e nem perder tempo com um canalha que muito provavelmente sairá derrotado das eleições autárquicas. Mas não, quis pôr os pontos nos i. 

E que planos tem então Seara para Lisboa? Acabar com o estacionamento selvagem, que grassa nas nossas cidades, afetando essencialmente pessoas de terceira idade e crianças? Não, sobre esta temática nem uma linha. Promover acalmia de tráfego em Lisboa, onde o limite de 50km/h raramente é respeitado, e cujas consequências são atropelamentos mortais de várias crianças peões? Não, para quê se as crianças não dão votos. Fazer de Lisboa uma cidade mais humana e amiga dos seus cidadãos? Não, também não. Seara defende antes no seu programa "um túnel no Saldanha que conclua o desnivelamento do eixo Campo Grande-Amoreiras, fundamental para dar solução ao trânsito na cidade", defendendo ainda que irá "criar um cartão que permita estacionamento gratuito para moradores, em qualquer zona da cidade pelo período de 3 horas". Em Amesterdão os moradores pagam 60€/mês para estacionarem o carro na rua à porta de casa, mas Seara em Lisboa, quer dar gratuitidade muito para além do bairro do morador. Depois vem com a tanga do costume que quer Lisboa limpinha, imune ao vandalismo dos grafitos. Mas este idiota não percebe que para se zelar por Lisboa, Lisboa não pode ter tantos carros, tanto trânsito, tanta poluição! Ninguém vai zelar pela av. da República, enquanto esta tiver 11 vias de trânsito automóvel, porque ninguém vai sentir essa avenida como sua.


Fonte: ANSR.
Mas não se esqueçam que Fernando Seara promete criar o pelouro do idoso
em Lisboa. Hipócrita nojento!

E o que fez Seara por Sintra? Promoveu uma melhoria da linha ferroviária de Sintra melhorando o sistema de transportes públicos? Fez ao menos pressão nesse sentido? Também não! Uma pesquisa rude no Google e percebe-se todavia que Seara fez pressão para se construir mais estradas para a entrada de Lisboa, mas como tal foi chumbado por questões ambientais (para os fanáticos dos popós o ambiente é como Fátima, só se presta devoção uma vez por ano) referiu em público que era preciso encontrar alternativas ao IC19. Em 2002, em vez de pressionar para que se melhorasse os transportes públicos no concelho de Sintra, pediu milhões do Orçamento de Estado para o alargamento do IC19. Meus camaradas habitantes da linha de Sintra. Já pararam para usar a puta da cabeça? Já pensaram que se calhar o IC19 é o Itinerário Caracol, porque simplesmente Portugal é o terceiro país com mais carros da Europa, mesmo que a Grande Lisboa seja a zona da Europa com mais vias rápidas e autoestradas. A puta da cabeça também é para pensar! Ou na linha de Sintra as mentes são mentecaptas? Achar que o problema da linha de Sintra, com o respetivo crescimento urbano caótico, com localidades como Massamá e Cacém entregue aos bichos, se resolve com mais estradas, é ainda acreditar no pai Natal. E que tal melhorar a linha ferroviária de Sintra, que tem muitíssima mais capacidade de transporte de pessoas com um custo energético muito menor e com muito menos impacto ambiental?

Faço-vos um apelo, votem em branco antes de votar em mais um canalha!

Uma das virtudes da Democracia...


Uma das virtudes da Democracia, é que a culpa da mediocridade da classe política, é sempre do povo!

Astrologia como ciência exata: astronomia, psicologia infantil e evolutiva




Antes de mais, faço uma apresentação académica da pessoa que escreve este texto. Tive uma componente académica fortemente influenciada pelas ciências ditas exatas, pois sou licenciado em engenharia, tendo tido diversas cadeiras de matemática, cálculo, análise e física; e sou explicador de matemática ao nível universitário. O que quero relevar é que sou um indivíduo fortemente influenciado academicamente por uma componente cientifica forte e presente, ao nível da matemática e da física, como tal tentarei apresentar um paradigma muito mais científico da Astrologia, que combine astronomia, união aliás que era natural na antiguidade; com psicologia social e evolutiva, e que confira à Astrologia uma componente científica válida. Explicarei também porque é que a Astrologia é ridicularizada e ostracizada no meio académico.

A Astrologia (do grego astron, "astros", "estrelas", "corpos celestes", e logos, "palavra", "estudo") é definida nos compêndios como a pseudociência segundo a qual as posições relativas dos corpos celestes podem, hipoteticamente, prover informação sobre a personalidade, as relações humanas, e outros assuntos mundanos. Refere ainda que a comunidade científica considera que a Astrologia é uma pseudociência ou superstição, uma vez que, até hoje, nenhum astrólogo apresentou evidências oficiais acerca da eficácia de seus métodos.

No entanto também refere que os registros mais antigos sugerem que a Astrologia surgiu no terceiro milénio antes de Cristo. Ela teve um importante papel na formação das culturas, e a sua influência é encontrada na Astronomia antiga, nos Vedas, na Bíblia, e em várias disciplinas através da história. De facto, até à Era Moderna, Astrologia e Astronomia eram indistinguíveis. A Astronomia começou a divergir gradualmente da Astrologia desde o tempo de Ptolemeu, e essa separação culminou no século XVIII com a remoção oficial da Astrologia do meio universitário.

Apresentarei de seguida alguns conceitos que darão à Astrologia, estou esperançado dados os meus parcos conhecimentos ao nível da astronomia ou astrofísica, alguma credibilidade, e explicarei porque é que a mesma é descredibilizada.

Holanda, cidades a pensar nas pessoas


Neste momento vivo na Haia, e fiquei estupefacto como eles pensaram as cidades. Obviamente que sinto sempre saudades da minha pátria mãe, do sol, da gastronomia, das gentes, do fado e dos pastéis de nata, mas os Holandeses sabem usar a cabeça, ao contrário de nós, em muitas situações.

No centro das cidades, os carros estão proibidos, mesmo para moradores e comerciantes, e em certas ruas até as bicicletas estão proibidas. São ruas estritamente pedonais. E não é por isso, apesar do clima chuvoso e ventoso, que eles deixam de fazer compras no comércio local. Aqui ninguém vai ao Colombo Holandês, nem sequer existe. É um erro crasso, que só acontece em Portugal, pensar-se que por uma rua não ter acesso automóvel, que o comércio não tem clientela. As pessoas vão ao centro de transportes públicos ou de bicicleta. Em vez de terem feito metro de profundidade, bem mais caro, apostaram numa vasta e excelente rede de elétricos, bem mais barato e prático.

Comparar a nossa baixa pombalina em termos de qualidade de vida para as pessoas, com o centro da Haia - e este dado factual nunca colocará em causa o meu nobre e vincado sentimento de lusitano e alfacinha - é como comparar um tijolo com uma flor. E melhorar a cidade de Lisboa para estes padrões, custa mesmo muito pouco dinheiro, tratam-se unicamente de opções políticas (Política bem de pólis).

No Campo das Cebolas por exemplo, a Câmara de Lisboa tem um plano para melhorar o local, mas para tal, terá de alocar vários milhões de euros para que seja possível construir um parque de estacionamento subterrâneo. Ou seja, o amontoado de automóveis que está à superfície, passa para o subsolo. Na Haia devem ter menos de 10% dos parques que tem Lisboa, mas estacionar custa 5€/hora.

A Haia tem quase a mesma população de Lisboa e tem uma área urbana também semelhante. Acho mesmo que muitos dos urbanistas de Lisboa, deveriam fazer um estágio noutras cidades europeias.
 
 

Portugal no topo da Europa em quantidade de autoestradas


Um dos fatores que levou Portugal à tragédia económica e à perda de soberania foi sem dúvida o seu investimento desmesurado em rodovia. Contas de uma consultora de renome ditam que as PPP rodoviárias custarão em média 1000 Euros por cada português. Repare-se que noticia também o DN, que desde que foi concluída a A1, já se fizeram entretanto em termos de km de autoestradas, mais sete A1. Tudo isto a somar ao facto de Portugal não ter indústria automóvel própria, nem ter recursos petrolíferos endógenos. Em 2010, um quarto das importações foram carros e combustíveis. 

Assim, apresento aqui dados retirados do Eurostat, já trabalhados numa folha de cálculo, onde calculo o número total de km de autoestradas de cada estado-membro por habitante e por área. Repare-se que na questão da área existe um fator de raiz cúbica, ou seja não linear. Se assim não fosse, países muito pequenos em área como o Luxemburgo ou o Chipre, desvirtuariam o conceito que se tenta aqui aferir, pois estando a área no denominador do rácio, tornariam desmesuradamente elevado o resultado final.

Autoestradas em 2010 na Europa, em número de km por milhão de habitantes por raiz cúbica de km² de área. Fonte:Eurostat
País da EUComprimento total de autoestradas em km = LPopulação em milhões de habitantes = PÁrea em milhares de km² =AL/(P*A^(1/3))
Luxemburgo152,000,502,56221,27
Chipre257,000,829,10150,27
Eslovénia771,002,0520,13138,47
Croácia1244,004,4356,6773,18
Dinamarca1128,005,5343,0058,17
Portugal2737,0010,6492,1856,96
Suíça1406,007,7939,8052,89
Bélgica1763,0010,8430,2252,22
Áustria1719,008,3882,2747,19
Holanda2388,0016,5733,6844,61
Espanha14262,0045,99500,9739,05
Irlanda663,004,4768,3236,30
Macedónia251,002,0545,8234,17
Hungria1273,0010,0193,1628,04
Suécia1891,009,34407,8927,30
Estónia115,001,3443,3724,42
Lituânia309,003,3363,5323,26
Alemanha12819,0081,80357,2222,09
Finlândia779,005,35304,0621,65
Eslováquia415,705,4249,0120,94
França11392,0064,66631,4320,54
Itália6668,0060,34300,6516,50
República Checa734,0010,5177,1416,41
Bulgária437,007,56109,4612,08
Noruega381,004,86303,6411,67
Reino Unido3673,0062,03241,549,51
Polónia857,0038,17312,593,31
Turquia2080,0072,56879,532,99
Roménia332,0021,46230,282,52