O Grande Satã


Se eu acredito no Bem e no Mal? Se eu acredito em Satanás?
Se eu acredito em Satanás? Como posso duvidar?
Que Deus nos abençoe!

Pedalando de bicicleta pela Holanda


Estamos alojados na Haia e ontem fizemos quase 40km de bicicleta. Fomos na primeira etapa da Haia até Scheveningen, uma praia a norte de Haia, apenas 5 km. É a praia mais famosa da Holanda, areal imenso, paradisíaco e belo, todavia nem muitos Holandeses vão à água pois a água além de gelada, é algo perigosa. Lembra em muito as praias atlânticas a norte de Portugal, na Primavera ou no Outono.

Fomos depois visitar um museu que era um bunker da 2º grande guerra, onde os soldados nazis que defendiam a costa atlântica dormiam. Tinham túneis para se deslocarem entre os vários pontos ao longo da praia, onde estava artilharia pesada para defender o território continental dos ataques dos aliados. A invasão, como sabemos acabou por ser na Normandia, muito mais a sul. Num bunker, com menos de 10m2 vivam 20 soldados. Vejam mais informações sobre este museu AQUI.

Depois na segunda etapa, fomos dessa praia ao longo da costa para sul, ao longo de 20 km até Hook of Holand, ou seja, o Gancho da Holanda, um dos pontos onde se apanha o barco para Inglaterra. Fomos sempre ao longo de dunas, dunas essas feitas pelo Homem. Interessante que parecem dunas naturais, e até estão cheias de vegetação natural, mas foi tudo feito pelo Homem, para vencer a força do mar, até porque o país está em média 6 metros abaixo do nível do mar. Há zonas que estão 11 metros abaixo do nível do mar. Essas dunas são tão importantes para servirem de barreira contra as águas que são protegidas com vedações de arame farpado ao longo da costa. Todavia há uma ciclovia que as percorre, e foi esse percurso que tomámos sempre ao longo das praias.

O poder do Leão: garra, nobreza, medo e respeito!


200 mil anos a conviver com leões na savana africana,
incutiram-nos o medo e o "respeito" por esta fera

Abomino o frenesim pelo futebol, e detesto o bacoco que é a associação popular e cultural que se faz, entre os animais, nas suas representações cultural, antropológica, psicológica e iconográfica e um qualquer clube de futebol pelo país fora, normalmente dominados por mercenários, gladiadores das épocas modernas, cujo único objetivo profissional é dar espetáculo, sem qualquer atrativo para o intelecto.

Assim, através do pensamento, decido dedicar-me à análise da iconografia do Leão, ponderando sobre as influências psicológicas e antropológicas que têm no subconsciente do ser humano. O Leão é um animal conotado com a garra, com a força, com a nobreza e com o vigor, é uma fera, à qual no nosso subconsciente associamos respeito e louvor, medo primitivo. O homem deu os primeiros passos evolutivos há cerca de 200 mil anos na savana africana, sobejamente conhecida por já nessa altura ser ocupada por leões. Os antepassados do ser humano, por certo, conviveram sempre com o leão, mantendo obviamente uma distância que lhes protegia e permitia segurança, mas devem ter presenciado vários ataques mortais e letais, causando medo e horror. A esse medo e horror inconsciente associamos racionalmente o conceito de respeito.

A ação do Homo Sapiens deve ter sido muito semelhante, por exemplo, à de outros animais, presas, que ainda hoje coabitam com os leões, como as gazelas, as zebras, ou outros herbívoros da savana africana. Repare-se que não é unicamente pelo facto de o leão ser um animal grande, forte e perigoso. Um tanque de guerra é grande, potente e bem mais letal que um leão, todavia é uma invenção recente do ser humano.  Repare-se que o homo sapiens começou a sua evolução em África há 200 mil anos, já o Panthera Leo, nome científico para o leão comum, teve a sua evolução também em África há cerca de 800 mil anos. O homem e os seus antepassados hominídeos compartilharam sempre, ao longo da sua evolução em África e antes de o Homo Sapiens migrar para a Europa, o seu habitat com o leão.

O que sucede é que estudos referem que o medo tem essencialmente dois fatores: a aprendizagem individual e a evolução da espécie. O nosso medo instintivo aos ratos e a certos insetos é uma proteção da espécie contra animais que durante milhares de anos foram transmissores de doenças mortais. O medo a alturas, que é partilhado com todos os mamíferos, é um medo instintivo que nos protege de locais perigosos, essencialmente de cotas elevadas. Todavia, o medo também tem uma componente de aprendizagem individual. Quando uma criança cai num poço, ou tem um trauma com um acidente rodoviário, considerando que carros são uma invenção recente, ganha medos a esse tipo de situações ou faz associações traumáticas com esse género de objetos.

Prova-se assim, e está demonstrado por diversos estudos académicos, que o medo também tem uma componente evolutiva, que a psicologia evolutiva estuda. É aqui que o leão entra no paradigma da análise. Durante milhares de anos, o homem presenciou o leão a caçar e a matar grandes animais, assistiu a manifestações de força, garra e domínio praticados pelo leão. Assistiu por certos a outros homens primitivos, seus pares, a serem devorados pelo leão. Tudo isto, através da psicologia evolutiva, incutiu no nosso subconsciente instintivo um medo, respeito e louvor pelo leão, animal feroz e com garra. Considerando ainda que o leão domina a savana africana, entre todos os outros animais, também associámos o conceito de nobreza.

Não é por acaso que em frente aos parlamentos luso e espanhol se encontram leões, sinal de respeito pela casa maior da Democracia. Na rotunda da Boavista na cidade do Porto é um leão, que destrona a águia napoleónica. Ao lado do Marquês de Pombal, na rotunda com o mesmo nome em Lisboa, encontra-se um leão, sinal de domínio, nobreza e respeito. Não é de estranhar então, que as cabeleiras enormes que os magistrados usavam à época do Marquês de Pombal, se assemelhassem a uma juba, para que o inconsciente coletivo lhes venerasse e lhes concedesse respeito e louvor.

Assistir um clube de futebol apoderar-se deste legado iconográfico, genético e instintivo de milhões de anos, e associá-lo à cor verde, uma cor tranquilizante, cor da natureza, das folhas das árvores, é algo que deixa o Filósofo e o Cientista a bradarem aos deuses da Acrópole.

Quem o disse?


Dêmos à nação otimismo, alegria, coragem, fé nos seus destinos; retemperemos a sua alma forte ao calor dos grandes ideais e tomemos como nosso lema esta certeza inabalável: Portugal pode ser, se nós quisermos, uma grande e próspera nação.

Não julgues os outros apenas pelo que outros te dizem

O Auto da Barca do Inferno, séc. XXI



Já havia publicado antes AQUI a minha versão do Auto da Barca do Inferno, adaptado à estrutura social contemporânea de Portugal. Ou seja, inspirando-me em Gil Vicente, uma referência na escola secundária no ensino do português, decidi fazer a minha própria versão da obra, criticando todas as elites profissionais e políticas que regem o país. Tal como referia o próprio Gil Vicente "rindo se corrigem os costumes"!

Compromisso de Salvação Nacional dos Sofistas, perdão, Socialistas


AJS: uma nulidade, um sofista,
o seu argumentário mais não é que
um saco de generalidades e lugares comuns
Li agora grande parte do Compromisso de Salvação Nacional do Partido Socialista, que surge no âmbito da crise política que assolou Portugal. Tudo na mesma, nada muda.

O dito compromisso é tudo menos um compromisso. Normalmente as pessoas comprometem-se com metas claras e objetivas, mas este "compromisso" está repleto de generalidades, generalidades, e muitas mais generalidades, lugares comuns, onde o compromisso é muito pouco.

Sobre a despesa devemos, segundo o PS, "parar com os cortes de 4,7 mil milhões de euros", "parar com os despedimentos na função pública, com mais cortes nas pensões atuais, parar com a contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões e com a redução de vencimentos." Ou seja, mais despesa, muita mais despesa para os cofres públicos! Deve-se ainda (no meu entender bem) "fazer um aumento do Salário Mínimo Nacional".

Sobre o investimento público (leia-se despesa) deve-se ainda fazer uma "ligação ferroviária do Porto de Sines a Espanha, o alargamento dos terminais de contentores do Porto de Sines e o desenvolvimento de um Programa de Qualificação das Áreas de Acolhimento Empresarial". Num Estado praticamente falido, o PS propõe mais despesa!

Do lado da receita, qual a solução do PS? Claro! Baixar impostos, e incentivos fiscais, que mais seria? Assim o PS propõe a "redução do IVA da Restauração, repondo a taxa intermédia de 13%", e "em 2014, uma redução progressiva do IRC". Refere ainda que "deve ser igualmente considerada a revisão do Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAInv.) e o Regime Fiscal de Apoio à Internacionalização (RFAInt), para apoiar o desenvolvimento empresarial, em particular das PMEs." que na prática significa ou mais dinheiro público ou menos impostos, i.e., mais défice!

The Hague, the city of corporations, skyscrapers and bikes! [with photos]


If you come to the Hague you'll be astonished with so huge and tremendously tall new skyscrapers you can find in down-town, close to the renewed central station. This outstanding city has the skyscrapers of New York with its financial, banking and insurance corporations, without the need of huge and large avenues only allocated to cars and motorized vehicles and its respective noise and air pollution; and has a wide network of bicycle lanes basing as well its paradigm on a pedestrians friendly mobility system, like Amsterdam. It's the best of two worlds!

Paradoxically, the head office of some of the biggest petrol corporations are in the Hague, like Shell and Schlumberger. But many other law, banking and insurance companies have their offices in the Hague, as this city has a historical record of hosting many international institutions. I remind you that the Dutch government has strong fiscal incentives for companies which decide to settle down in the Netherlands. So, if you come to the Hague you'll have a strong feeling: you'll see a financial based city, like many cities in the world like NY or London, but where cars and motorized vehicles interests, were severely diminished.

If someone here wants to show status, they wont buy a car, they buy a good bike. If you're american or from southern Europe, don't dare to come here with your fully equipped and powered automobile, because here it's rubbish and it doesn't even enter in the city. So, you'll need to park it outside the city centre, and be prepared to pay almost 3€ per hour for parking it in the street. Because it runs on fuel, i.e., on money, be prepared to pay more than 1.7€/litre of gasoline which is 8.5 USD/gallon. The consequences of this policy is that, almost every citizen moves either on foot, by bike or by public transports. So we have a city of the future, for the 21st century. 

The Hague has around the same population density as cities like London or Lisbon and 35 times higher than NY, but with noise and air pollutions levels of countryside. In big squares you wont hear car engines, you'll hear people chatting; in large avenues you want hear vehicle horns, you'll just smoothly hear the creaking of pedals and bike chains. And even the cars, when they can circulate, they are obliged to move slowly as 30km/h zones are everywhere. Public transports are excellent with a wide network of frequent buses and trams, and if you simply decide to walk, you'll find large and unoccupied side-walks.

And like NY or London, you'll see a surprisingly outstanding variety of races, ethnicities, origins, colours and religions, and the majority of them, go on bike! The first keen impression I got, was when I saw a young woman with a burqa riding a bike. Then I saw a very well good looking executive man riding a bike, then the grandma that went on shopping, then the couple in love (he pedals, she seats) and then the rastaman. Still, the father that takes their two children to school or the Asian lady who carries a large load of cargo to supply her shop, and all of them, go on bike! No air pollution, no noise, and low occupation space. But not only bikes, as it is possible to see many people using electric chairs, skateboards or rollerblades as a mean of transportation. With this quality of air, many people also do jogging in down-town, really incredible!

But the huge success of mobility in this city, as many other Dutch cities, relies as well on the quality of the cycle network. In the Hague you may see mainly: segregated unidirectional cycle lanes, without removing too much space to pedestrians; many car-free streets only for bikes and pedestrians with the bike tracks normally at its centre; and when cars can circulate you'll find a 30km/h zone where sharing and traffic low speed are a must.

Common respect! These are the cities for the future!

The bicycle and the skyscrapers


Há loiras, negras e eslavas
pelos santuários deificadas
Não temas ó Nádia o teu olhar
É a alvorada, o crepúsculo, é o luar

Tão delicada e envergonhada
sensível e recatada
não temas ó Nádia, uma palavra
cordata, sensual ou brava

Tão doce e atenciosa
uma amante tão carinhosa
Não temas ó Nádia o teu sorriso
É o nosso amor que eu analiso

Há mulheres ricas, poderosas e fatais
concubinas, rainhas e sacrais
Não temas ó Nádia o teu estatuto
Apaixonei-me com amor de puto

Há deusas, santas, canonizadas
presidentas, ministras, mal-amadas
Há pornocratas que se regem pela tesão
Não temas ó Nádia o coração

Madalena era morena
Maria, morena em ente
A Mulher está na trezena
tu Nádia, na minha mente

Deusas da Acrópole, fugi
que uma Atena, encontrei na vida
que me fugiu, mas que a prendi
que a beijei, quando vagava perdida

Há loiras, negras e eslavas
asiáticas e escandinavas
És a mais bela judia que traço
não temas amor o meu abraço

Há mulheres de todas as religiões
de todos os credos com várias feições
Não temas ó Nádia um gesto forte
viverei contigo até à morte

Há mulheres feias e bonitas
das mais belas que eu já vi
há pérfidas e benditas
Lembras-te Nádia, quem escolhi?

Há mulheres que nem eu clamo
ímpias, ardilosas, tenazes
diz-me Nádia o que me fazes
para que te ame como eu amo?

Nádia, rejubilas na madrugada
És a judia tenebrosa
juvenil, sorridente e airosa
doce, sensual e recatada

Nádia, cada gesto teu é um código
que decifro com o coração
casaste com um homem pródigo
nas letras, no amor e na paixão

Certo dia, apareceste na alvorada
mostraste-te tão desprotegida
ganhei coragem, observei-te imaculada
e sussurrei-te a frase proibida

Quatro mil milhões de mulheres
que Deus criou, o meu Magno Amo
Ama-me Nádia, se me quiseres
e hoje… já te disse que te amo?


Albufeira, verão de 2013