Sempre que oiço a nona, o primeiro andamento da nona, nove vezes um é nove, e o homem só fez nove, pois nove é três vezes três, se o três é sacro, o nove magnânimo, e sempre que oiço a nona sinfonia do génio, dá-me vontade de abraçar todos os pretos da rua, apetece-me invadir a Polónia com o meu falus, apetece-me humilhar o presidente checo e subjugá-lo ao meu domínio germânico, apetece-me gritar do alto do meu egocentrismo, apetece-me invadir Estalinegrado (hoje chama-se Volgogrado), apetece-me subjugar o mundo à supremacia ariana e indo-europeia que me nasce do sangue. Apetece-me humilhar judeus, abraçar pretos e pretas, mamar na boca nas ciganas, fazer amor com indigentes, dançar o tango bem abraçadinho ao assassino em série mais letal, ser sodomizado por Deus, entregar o meu corpo à ascese dos homens hiperbóreos, a Túdor e a todos os deuses germânicos.
Beethoven, deixai-me chupar-vos a pila! Quero conhecer-vos! Quero fazer amor a três, juntando o Pessoa. Vamos ser apoteóticos, vamos humilhar Kant, que mais não fazia do que transformar o ser humano numa máquina racional desprovida de sentimentos. Ah, 'B' de Beethoven, a numerologia explica: o 'B' é a segunda letra do alfabeto, logo é o número dois. Ao dois, associamos passividade, contrário do três que é atividade, ação (o pénis ereto, símbolo viril, tem três componentes formando um triângulo ascendente), já o dois é um número feminino pois a anatomia feminina é dual, duas mamas, duas nádegas, não há um complemento ímpar como há no homem. Ora 'B' de Beethoven, faz com que o germano tivesse esta genialidade criativa. Só a mulher é criativa, o homem não cria, o homem concebe, mas quem cria é a mulher, e durante nove meses (nove de nona), muito tempo, muita criatividade, a cria no seu estado final e requintado. O homem não sabe criar, não sabe estimar, apenas a mulher sabe criar e estimar, ora quando ao génio de Bona, se aliou esta feminilidade criativa do B (sua primeira letra do apelido) fez com que este génio criasse as mais proeminentes obras da música: deu à Luz a nona.
Venho-me quando oiço Beethoven, sinto um arrebatamento interior indescritível. Regra para ouvir o primeiro andamento da sinfonia de Beethoven: esperar pelas 3 e meia da manhã quando o silêncio é sagrado; comprar os melhores auscultadores da cidade; colocar o som no máximo; fechar os olhos e deixar-se guiar por esta massagem prostática intelectual, que faz os homens quererem beijar pretos, amar ciganos, invadir a Polónia, atacar Moscovo, bombardear Londres, ou apenas desejar um mundo fraterno de irmãos e irmãs e que todos vivamos em harmonia para a eternidade com respeito mútuo.
É um prazer visceral indescritível...
Bona, a caminho de Viena
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