Lisboa está moribunda, espevitemo-la!


Vivifique a sua cidade, tome o pequeno almoço em Lisboa
Esta Lisboa, fenícia, bárbara, moura, cristã, que viu partir as caravelas dos descobrimentos, que viu viver Camões que deambulando a pé pelas suas artérias se dedicava à boémia da escrita apaixonante, romântica e idílica; que viu nascer e viver Pessoa que vagava sob efeito de ópio, pelos seus cafés, enquanto grafava num qualquer papiro mais um poema sebastiânico; que viu Amália cantar os mais apaixonantes fados pelas suas tascas e tabernas mais pitorescas; esta Lisboa onde nasci e onde jogava à bola numa praceta que hoje é um parque de estacionamento; esta Lisboa, onde os putos do Carmo jogavam ao peão, onde os homens da Rotunda deram a eficácia para a revolta republicana, onde a aristocracia novecentista organizava passeios dominicais pela primavera, onde as mulheres da vida “atacavam”, onde as crianças brincavam nas ruas e nas praças, onde os cães, os gatos e até galos, frangos e patos passeavam livremente; esta Lisboa, a minha Lisboa, está hoje podre, putrefacta, decrépita, moribunda, nauseabunda, abandonada (qual termo homónimo para o título da famosa canção popular) entregue aos bichos, ao lóbi do automóvel, das grandes superfícies, cujos jardins se transformaram em espaços para dejetos fecais de indigentes e animais canídeos.

Lisboa transformou-se numa espécie de Marte por revolucionar (vede “Desafio Total” com Arnold Schwarzenegger), cujo ar é tão impróprio e tão nefasto, que os indivíduos necessitam de habitar e conviver apenas em espaços fechados, isolados do mundo exterior, este último extremamente perigoso e letal. E não é o ar rarefeito (que existe em Marte), que mata os munícipes lisboneses, é antes o ar poluído, pois dados do EuroStat referem que Portugal é o segundo país da UE onde há mais mortes por pneumonia, sabendo-se que os motores de combustão dos automóveis provocam graves maleitas para o sistema respiratório, pneumonia inclusive; não esquecendo ainda que Portugal (em que Lisboa não foge à regra, devendo até superar) tem a terceira maior taxa de motorização da UE.

Em “Desafio Total” era o ar exterior que matava os habitantes de Marte, assim como as diversas guerrilhas que defendiam a independência do planeta, para se livrarem da companhia de ar, que cobrava preços exorbitantes pelo m3 de oxigénio. Em Lisboa há outra guerra, mais sonora, sem balas, mais cibernética, mais bairrista, que é a guerra que luta contra a hegemonia automóvel na cidade, cujas consequência são a título de exemplo uma média de 2,2 atropelamentos por dia, com imensas fatalidades, incluindo crianças e idosos. Lisboa precisa de ser reconquistada, qual sacra Reconquista afonsina, qual grande cruzada papal, contra os infiéis das gasolineiras e da indústria automóvel, homens ímpios e iníquos que venderam esta polis aos interesses estrangeiros, Lisboa precisa de ser vivida, qual árvore que vive e sente o alvorecer da primavera, que é extremamente feliz no verão, que é soturno no outono e que se recolhe no inverno. Lisboa precisa de sentir as estações, de respirar ar puro, de ver os seus filhos por si penetrarem, percorrerem e vivificarem.

Todavia, hoje à data que escrevo, apesar de estar um excelente dia primaveril, os pagãos e os profanos pegam no seu popó e vão até ao Colombo, até ao Cascais Shopping (para ver a marginal, de carro claro está), vão até ao FreePort (aborto urbanístico e ambiental construído à custa de muita corrupção de um tipo que foi primeiro-ministro e que quem o ouve não o leva preso), e esquecem a cidade que os acolhe. O povo enfia-se nos covis do Eng.º Belmiro de Azevedo, compra o que não precisa com o cartão Barclaycard, e deixa a sua cidade ao abandono dos carros que estacionam em cima do passeio, das autoestradas citadinas que destroem o espírito bairrista, e da poluição atmosférica e sonora excessivas.

Vamos fazer renascer Lisboa, vamos vivificar Lisboa, vamos reocupar, conquistar, saltear Lisboa, ou porque não, algo mais simples e igualmente eficaz, vamos apenas juntarmo-nos e tomar o pequeno-almoço em Lisboa!

O marxismo e a neoburguesia


Segundo Karl Marx, filósofo alemão que gerou os princípios económicos e filosóficos que deram origem ao socialismo e ao comunismo, o burguês é aquele que detém o meio de produção, e cujas sociais preocupações são o valor da propriedade e da preservação do capital, a fim de garantir a sua supremacia económica na sociedade. Há que tentar perceber, a época histórica em que Marx escreve o seu “Capital”. Para Marx, a Lei, a Moral e a Religião, estão todas ao serviço da classe burguesa, que imiscuindo-se com o capital no poder legislativo, na política das religiões e nas doutrinas filosóficas, fazem com que os burgueses, mantenham assim a supremacia económica sobre o povo, este último acorrentado com as suas doutrinas sociais.

Marx, escreveu o seu Capital e o seu Manifesto Comunista, numa época, onde havia na Europa e na América, grandes assimetrias sociais, daí a génese da luta de classes estar sempre bem vincada na sua doutrina. No seu manifesto comunista refere que “a sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado. A burguesia desempenhou na história um papel eminentemente revolucionário. Onde quer que tenha conquistado o Poder, a burguesia destruiu as relações feudais, patriarcais e idílicas. Ela despedaçou sem piedade todos os complexos e variados laços que prendiam o homem feudal a seus "superiores naturais", para só deixar subsistir, entre os homens, o laço do frio interesse, as cruéis exigências do "pagamento à vista". Afogou os fervores sagrados do êxtase religioso, do entusiasmo cavalheiresco, do sentimentalismo pequeno-burguês nas águas geladas do cálculo egoísta. Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas com tanto esforço, pela única e implacável liberdade de comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração velada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, cínica, direta e brutal.” 

Celebridades portuguesas em bicicleta


Sendo a bicicleta um item de culto, que tem de ser encarada essencialmente como modus movendi, serve esta publicação apenas para enaltecer a cultura da bicicleta, publicando assim fotos de diversas figuras públicas portuguesas, montadas em bicicleta.

Joana Seixas, atriz


Comentários neste blogue e ameaças de morte à minha pessoa!


Sendo eu um fervoroso defensor da liberdade de expressão, aliás tal como está consagrado no n.º 1 do art.º 37.º da Constituição da República - o meu artigo favorito - sendo a Constituição a lei magna da nação, nunca fiz qualquer tipo de censura ou moderação neste blogue, pois sempre achei que mesmo os mais irracionais, ofensivos ou coprolálicos comentários tinham o seu devido espaço, neste lugar da Liberdade! 

Todavia, os fenómenos começaram a tomar proporções perigosas, entre os quais:
  • Ameaças veladas de morte à minha pessoa
  • Ameaças de morte e ofensivas à minha família e aos meus entes queridos (já os apaguei por consideração aos meus familiares) 
  • Várias ameaças de morte por telefone

Como vivemos numa sociedade capitalista, entende-se racionalmente que o dano provocado no outro é proporcional ao dinheiro que o outro perde em função das ações tomadas. Neste blogue e no meu canal do YouTube já se criticou duramente, sempre na procura incessante pela Verdade, com eventuais prejuízos financeiros para os lesados, as seguintes entidades:

Assim, caros amigos e Ex.mos Srs. da Polícia Judiciária, se amanhã eu aparecer numa valeta, não é necessário fazer uma investigação deveras exaustiva. No seguimento da proteção que farei á minha integridade física, os comentários anónimos deixarão de ser autorizados. Todos os comentários doravante deverão ser feitos apenas com identificação, continuando a não haver qualquer tipo de moderação. 

Os comentários anónimos tinham outro grande problema, pois permitiam que os trolls destabilizassem e descontextualizassem completamente uma troca de argumentos, o que fazia com que o troll, se passasse por quem não era. É o mais certo o que se passou aqui, quando 'alguém' apanha a onda de contestação dos maquinistas da CP, para fazendo-se passar por um, me fazer várias ameaças de morte, tendo depois ligado para o meu telefone fixo ameaçando-me de morte, como se alguma vez um maquinista tivesse acesso ao meu telefone de casa. As ameaças de morte para o meu telefone não são de agora, já vêm de alguns meses a esta parte!

Fiquem no entanto informados os mafiosos, que não surtirão efeito as vossas tentativas, e que não me calarei, continuando sempre a escrever e a revelar a podridão e o caruncho que V. Exas. representam na sociedade portuguesa!

Habemus Papam


Ao que parece o novo papa adotou o nome de Francisco em homenagem a Francisco de Assis, o mesmo que fundou a famosa ordem dos franciscanos. Ora, para quem não sabe, a ordem dos franciscanos obriga a voto de pobreza, e quem se junta à dita ordem, caso tenha bens, tem de entregar todos os seus bens à ordem, pois no mosteiro, em plena austeridade, não precisará de bens supérfluos e frívolos, que afastam o crente da divindade. Os franciscanos são os mesmos que usam fatos de serapilheira, aquele material usado nos sacos de batatas, como sinal de extrema humildade e pobreza, no que concerne à indumentária.

Ou seja, esta nomeação, apesar de eu ser acérrimo crítico da história eclesiástica da Santa Sé, por variadíssimas razões relacionadas com a opressão teocrática e o despotismo, não posso deixar de congratulá-la. E diria mais, no campo ideológico-político esta é uma nomeação bem de esquerda ao homenagear Francisco de Assis.

Numa época em que as gentes se entregam aos devaneios do capital, onde os trabalhadores de qualquer área profissional têm como único objetivo o aumento salarial, numa época onde só tem credibilidade quem se apresenta de fato e gravata, desde políticos até vendedores de casas, passando por usurários de cartões de crédito, numa época onde quem não tem carro, não tem estatuto social, numa época onde os grandes centros comerciais se apinham de pessoas nos dias santos, para comprar roupa numa lógica desenfreada de melhoramento de aparência pessoal, numa época onde não há qualquer respeito pelo planeta, pela natureza, pelos animais, onde o objetivo padrão do homem comum é cumprir o sonho americano, de enriquecer a jogar no euromilhões, numa época onde a esquerda estrebucha devido aos cortes salariais no sector a que indubitavelmente Marx denominaria por burguesia, numa época onde há imensas pessoas com excesso de peso, devido aos excessos da gula, numa época onde se gastam milhares de milhões na investigação de cirurgias plásticas para melhorar a aparência do corpo, numa época onde são referências Oprah Winfrey ou Cristiano Ronaldo, e numa época onde o termo austeridade é encarado como um termo depreciativo e negativo, a Santa Sé, escolhe para seu sumo pontífice um homem que adotará o nome de Francisco, em homenagem ao homónimo de Assis, o mesmo que criou a ordem que se orgulha de viver em austeridade, que faz voto de pobreza e que vive uma vida de frugalidade e temperança!

Reportagem - Atropelamentos em Lisboa!




Intrigado com o acidente que havia amputado as pernas a um cidadão Nepalês na R. do Conde do Redondo, fui ao local e fiz esta pequena vídeo-reportagem. Falei com pessoas, que me disseram que é comum haver excesso de velocidade e vi vários carros a passarem vermelhos e ao que parece que é normal. Uma senhora disse-me que "os carros entram para dentro das lojas" e outro senhor disse-me que "há atropelamentos uma vez por semana".

O que faz um funcionário público em frente ao PC?



Quando é que as proxys dos servidores do Estado passarão a bloquear os acessos ao Facebook e às redes sociais, tal como já se faz nas empresas privadas? Desabafo de um contribuinte que já foi funcionário público!

O degredo do Eng.º Belmiro de Azevedo


E sabeis onde é que se reúnem
os cães e as cadelas
a chungaria de Chelas
os paneleiros sem vergonha
dos que engolem a langonha
os vilões sem medo
e o mais pérfido putedo?
Reúnem-se no degredo
do Eng.º Belmiro de Azevedo!

E onde é que se reúnem
os paneleiros e as putas
os machistas cabrões
os homens sem condutas
os automobilistas vilões
os vis capitalistas
e os do BarclayCard chupistas?
Reúnem-se no degredo
do Eng.º Belmiro de Azevedo!

CP: MANIFESTO ANTI-GREVE


Caro utente da CP, segundo dados oficiais, a greve dos maquinistas da CP, já fez suprimir milhares de comboios. Só em 2011, a CP perdeu oito milhões de euros de receitas devido às greves, e nesse mesmo ano foram apresentados 51 pré-avisos de greve, o que dá cerca de dois meses e meio de trabalho por ano.

Eu, que todos os dias entro às nove da manhã, e que saio do trabalho cerca das 19, já há mais de dois meses que não tenho comboio para casa, pois os comboios que saem de Sta. Apolónia para Castanheira do Ribatejo, têm sido sistematicamente suprimidos. Após nove horas de trabalho, chego à estação e não tenho comboio para casa, já se tendo repetido esta situação comigo pelo menos mais de 20 vezes (comboio das 20:05 e das 21:05 de Sta. Apolónia para Castanheira do Ribatejo é suprimido todos os dias há meses).

Há maquinistas, noticia o jornal Sol, que chegam a receber de vencimento 50 mil euros por ano, que em 14 meses é aproximadamente 3500€ por mês, sete vezes o salário mínimo nacional. Ora o salário mínimo nacional é auferido por cerca de 600 mil portugueses, que em clima de austeridade têm feito sérios esforços de contenção financeira. Os maquinistas estão em greve, em protesto contra o corte nas horas extraordinárias que lhes tem sido aplicado, corte esse que afeta toda a população portuguesa. Todavia como não lhes foi concedido regime de exceção, decidiram fazer greve.

Considere ainda que a CP, apesar de prestar no meu entender um bom serviço por ser pontual e os comboios serem confortáveis, tem um passivo acumulado de cerca de 4 mil milhões de euros, o que dá 400€ por cidadão, ou seja, você caro utente e cidadão, deve aos credores da CP, em nome do estado português 400€.

Fique sabendo também que só em salários a CP gasta, dos seus impostos caro utente, pois você é acionista da CP enquanto contribuinte e enquanto cidadão português, 115 milhões de euros por ano, que representam cerca de 36% dos gastos totais da empresa, desconsiderando juros e impostos. A CP gasta por ano 165 milhões de euros apenas em juros.

Parece-me também evidente, que a greve da CP não prejudica o Primeiro-Ministro dr. Pedro Passos Coelho, pois este é servido por uma frota automóvel luxuosa 24h por dia à sua disposição, a greve não prejudica o Ministro da Economia dr. Álvaro Santos Pereira, pois este desfruta de uma frota automóvel opípara, nem a greve prejudica muito menos o Presidente do Conselho de Administração da CP, sr. Eng.º Manuel Queiró, pois este tem à sua disposição, entre outros luxos, um automóvel, com combustível, portagens e demais despesas inerentes comparticipadas.

A greve da CP prejudica sim, indubitavelmente, o trolha, o empregado de balcão, o jovem precário recém-licenciado, a empregada de limpezas, o administrativo, o funcionário do call-centre e muitos outros trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional, e que se não forem trabalhar têm o dia descontado. Todavia, fique sabendo caro utente, que quando um maquinista faz greve, o sindicato paga-lhe o dia.

A greve também contribui para que a generalidade da população portuguesa pense, erroneamente, que os transportes públicos prestam um péssimo serviço “porque estão sempre em greves”, fazendo com que a maioria das pessoas considere “que sem carro não me safo!”. Esta corrente de pensamento tem sido trágica, num país sem recursos petrolíferos endógenos, e onde ¼ das importações são carros e combustíveis.

Assim sendo, exerça a sua CIDADANIA: INDIGNE-SE e REVOLTE-SE contra esta abismal injustiça preconizada por uma elite profissional que muito tem prejudicado o bom nome da ferrovia em Portugal, um meio de transporte nobre, por ser eficiente e dos mais amigos do ambiente!

Um utente indignado
*escrito após mais uma supressão do comboio que me levava a casa