Exposição que fiz ao juiz |
Este caso, por certo ainda vai fazer jurisprudência. Até que ponto um desabafo literário, pode ser acusado de calúnia? Até na idade média, uma época em que as penas judiciais eram extremamente mais severas, a liberdade literária no que concerne ao escárnio e ao mal-dizer era aceite.
Ora reparai que D. Afonso Henriques (1109-1185) mandava encarcerar as mulheres que se amantizavam com elementos do clero, D. Afonso III (1210-1279) castigava com o enforcamento aquele que assaltasse a casa de outrem para roubar e D. Pedro I (1320-1367), decreta que a todos os que falsificassem
moeda ou objetos de ouro ou prata lhes fossem amputados os pés e as
mãos [1].
Ora por essa altura, Martim Soares, trovador português, documentado no período compreendido entre 1220 e 1260, escreve este poema em espécie de escárnio, a um tal Pero Rodrigues, o Carlos Barbosa lá da altura, a quem o acusava de ser 'cornudo':
Pero Rodrigues, da vossa mulher,
não acrediteis no mal que vos digam.
Tenho eu a certeza que muito vos quer.
Quem tal não disser quer fazer intriga.
Sabei que outro dia quando eu a fodia,
enquanto gozava, pelo que dizia,
muito me mostrava que era vossa amiga.
Se vos deu o céu mulher tão leal,
que vos não agaste qualquer picardia,
pois mente quem dela vos for dizer mal.
Sabei que lhe ouvi jurar outro dia
que vos estimava mais do que a ninguém;
e para mostrar quanto vos quer bem,
fodendo comigo assim me dizia.
não acrediteis no mal que vos digam.
Tenho eu a certeza que muito vos quer.
Quem tal não disser quer fazer intriga.
Sabei que outro dia quando eu a fodia,
enquanto gozava, pelo que dizia,
muito me mostrava que era vossa amiga.
Se vos deu o céu mulher tão leal,
que vos não agaste qualquer picardia,
pois mente quem dela vos for dizer mal.
Sabei que lhe ouvi jurar outro dia
que vos estimava mais do que a ninguém;
e para mostrar quanto vos quer bem,
fodendo comigo assim me dizia.
Ao que parece na história portuguesa não há registos de quaisquer trovadores enforcados, amputados nem muito menos encarcerados, pois esta forma de arte era aceite pelo povo e pela nobreza. Todavia, no século XXI, em Portugal, e após o 25 de abril, colocam-se os poetas com termo de identidade e residência, por calúnia e difamação.
Ao caro Pero Rodrigues dos popós:
Se vos deu o céu, um popó sacral
e se vos aprazais com os negros o anal
daqueles que se mostram nos bosques sublimes
enquanto lhes lambeis, suas vergas tão firmes
garanto-vos que já o velocípede não castra
e ficais com tesão, até com a mulher gasta
Largai hoje mesmo, o vosso sacro popó
Deixai hoje mesmo de fazer o bobó
pois se o escárnio, na era afonsina era aceite
hoje, posso grafar, que um negro te esporro a careca com leite!
e se vos aprazais com os negros o anal
daqueles que se mostram nos bosques sublimes
enquanto lhes lambeis, suas vergas tão firmes
garanto-vos que já o velocípede não castra
e ficais com tesão, até com a mulher gasta
Largai hoje mesmo, o vosso sacro popó
Deixai hoje mesmo de fazer o bobó
pois se o escárnio, na era afonsina era aceite
hoje, posso grafar, que um negro te esporro a careca com leite!
Falei então com o meu advogado
oficioso há dois meses, e este lá me referiu para eu ser mais moderado, que estava em
negociações com o ACP, para que o ACP desistisse da queixa. Até agora, não tive quaisquer novidades, assim sendo, fiz eu uma exposição direta ao juiz. Vede Imagem em cima!
Na dita reunião com os advogados oficiosos (era um e uma de um escritório conceituado, sou especial) foi-me dito que é quase certo eu vir a ser condenado por calúnia, difamação e injúria, pelo teor do meu texto. Todavia, a boa notícia, é que é um direito que me assiste, poder substituir a multa em dinheiro, por trabalho comunitário. Ora, trabalho comunitário, é o que faço de borla, desde há anos, por isso Exmo. Sr. Juiz, venham as suas mais duras penas para este poeta infame!
PS: Peço por favor que reencaminhem isto a juristas e estudantes de Direito, qu'isto vai fazer jurisprudência em Portugal.
Na dita reunião com os advogados oficiosos (era um e uma de um escritório conceituado, sou especial) foi-me dito que é quase certo eu vir a ser condenado por calúnia, difamação e injúria, pelo teor do meu texto. Todavia, a boa notícia, é que é um direito que me assiste, poder substituir a multa em dinheiro, por trabalho comunitário. Ora, trabalho comunitário, é o que faço de borla, desde há anos, por isso Exmo. Sr. Juiz, venham as suas mais duras penas para este poeta infame!
PS: Peço por favor que reencaminhem isto a juristas e estudantes de Direito, qu'isto vai fazer jurisprudência em Portugal.
Fará jurisprudência social: um chico esperto da tasca um dia aderiu à internet e quis armar-se no supra sumo da critica social de cariz humorístico. Falhou aperceber-se que não só não conseguia usar argumentos para fazer crítica, como não tinha piadinha nenhuma. Acabou arguido por difamação e injúrias.
ResponderEliminarComo é um pedante e acima de tudo um iludido social, continua no mesmo registo, num claro acto de gozo com a justiça e ainda a beneficiar de advogado oficioso que, ao menos isso, terá de pagar no fim, juntamente com todas as custas do processo e ainda a indemnização ao ofendido. Como tem vistas curtas, pensa que faz trabalho social e tá feito.
ai internet, eis os filhos da liberdade de expressão, apadrinhados pela prima distante libertinagem de expressão.
Aguardamos pela Sentença e preciosos comentários.
Se julgais que com comentários deste género, calais e intimidais o Poeta, estais muito enganado :)
ResponderEliminarUma beijoca
O poeta???? A liberdade de uns termina onde a de outros começa. Os textos deste senhor não são poesia, mas sim uma " estupidez " de alguém que se arma em heroi por andar de bicicleta!!! Enfim...
ResponderEliminarA nossa inveja dura sempre mais tempo que a felicidade daqueles que invejamos, como tal, este senhor vai certamente pagar na justiça as calunias e difamações que faz. As cenas obscenas que escreve e toda a sua petulância são reveladoras de um ser que precisa rápidamente de ajuda psiquiátrica.
Veja a quem dedico todos os meus poemas, e veja que noutros tempos, por aquilo que o Sr. Carlos Barbosa já fez aos portugueses, já tinha sido feito um auto de fé! Mas como eu sou um Humanista, é assim que me expresso.
ResponderEliminarUm abraço
Quando se caracterizou como humanista vieram-me à cabeça aquelas pessoas que se iludem ao disfarçar a má-criação de "frontalidade".
ResponderEliminarO automóvel mata mais de 500 portugueses todos os anos em desastres de viação! Em Lisboa são atropeladas duas pessoas por dia, muitas crianças e muitos idosos! Onde está mesmo a mal-criação do autor?
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