Passeava eu por Freetown (algum de vós, seus imbecis sabe onde fica Freetown?). Á pois é, fica naquela serra onde há muitas leoas tesudas e grossas. Ouvi dizer que no portugalinho, o macho em chamas, chama às fêmeas boas adjetivações como vaca, pega, cabra, e toda uma série de animais de pasto, rominantes e vádios próprios para um repasto saudável em casa de amigos. Nós aqui em África, como culturalmente estamos habituados a ver animais selvagens preferimos chamar às pretas boas: "Leoa."
Assim, quando saio do meu acampamento, para caçar, e vejo uma boa preta com um bom par de mamas das tribos vizinhas, lá vai mais um bitaite: "Ó Leoa, queres comer desta carne?"
A tez escura é a luxúria
O loiro é a ternura
Os teus olhos a doçura
que me afastam a penúria
A tez escura é a lascívia
Os teus olhos em que vejo
O sangue do rio Tejo
que lacrimeja sangue da Síria
A tez escura é o temor
que racionalmente afasto
A tez escura é o ardor
do sangue ardente e nefasto
Africana mulher que amo
Purifica-me esta dor
Combatamos o tirano
Faz de mim o libertador
Freetown, Luanda, Maputo
praças em que combati
nos meus áureos tempos de puto
em que me vim em ti
Africana, deste-me a garra
a virilidade e o vigor
rompe-me a amarra
cumpre comigo o Amor
A tez escura é o pecado
A tez escura é o desejo
deste africano fado
em que me esporro e te vejo
A necessidade aguça o engenho, sempre o foi ao longo da história.
Não duvidem que se a gasolina custasse 20€ o litro era ver a populaça às resmas a andar de bicicleta e de transportes públicos pela cidade. Na política de transporte de bens deixavam-se os camiões TIR, esses cancros poluidores emissores de partículas nocivas para a sáude e transportavam-se mercadorias por comboio. Para quem realmente precisasse do carro, como taxistas e empresários para quem o carro é fundamental, usar-se-iam os veículos elétricos. Com o passar do tempo, os proxenetas da Galp, Repsol e BP e cartel da mesma mafia da OPEP, felizmente que faliam. Vade retro Satanás, cartel mafioso dos hidrocarbonetos.
Por seu lado se a gasolina custasse 20€ o litro, fechavam os Colombos e os Dolces Vitas, assim como os Loures Shoppings que pagam o salário mínimo a 90% dos funcionários, e as pessoas compravam localmente ajudando o senhor da mercearia da sua rua, incrementando o tão desejado comércio local. As pessoas passavam a andar a pé, e morria menos gente do coração e de AVC, que por sinal é a maior causa de morte em Portugal. Por seu lado ao se fazer exercício físico naturalmente, de forma moderada e contínua, a produtividade nacional aumentava e os custos do país com saúde diminuíam. Importávamos menos combustíveis e menos automóveis; enfim, custaria um pouco inicialmente, mas depois encontraríamos o paraíso e o crescimento económico sustentável.
Este país está na miséria devido a dois grandes fatores: o neoburguesismo de novo rico pós 25 de abril que se intitula de esquerda, mas que ama mais o dinheiro que qualquer judeu; e o capitalismo usurário dos bancos e das grandes financeiras que definham as pessoas e a nação com juros agiotas.
Hoje, feriado, dia 15 de agosto de 2012, sucede-se mais uma greve no setor dos transportes públicos. Como eu há muito tempo, optei pela mobilidade sustentável, e decidi vender o carro, desloco-me somente de transportes públicos e de bicicleta. Compro o passe todos os meses, e combinado com a bicicleta, permite-me uma mobilidade na cidade, infinitamente superior à do carro, e infinitamente mais barata que este. Todavia, há uma questão que me deixa exacerbado, já lá vão alguns anos: a inexorável ideologia sindicalista deste setor, que acha que prejudicando constantemente a vida aos utentes, levará as suas reivindicações egocentristas avante.
Há aqui um fator que é necessário considerar no meu entender.
Obviamente que os Transportes Públicos (TP) têm de ser financiados pelo erário público, isso nunca esteve em causa. Os TP não dão nem nunca deram lucro em nenhum país, dada a sua vertente de utilidade pública, mas também não se lhes pode sugar o que se aprouver, só porque estão sob a égide do Estado. As empresas de TP tem um passivo acumulado de 17 mil milhões de Euros. Aliás, a maior fatia corrente da despesa destas empresas são os juros. A dívida foi criada para melhorar as infraestruturas dos transportes públicos nacionais, e houveram melhorias: o Metro de Lisboa expandiu-se bastante, o Metro do Porto foi criado e tem uma rede vastíssima, oferecendo serviço de qualidade e por exemplo foi renovada a linha ferroviária para Évora, e tudo isto foi feito à custa de dívida cujos juros agora são astronómicos e que já superam mesmo a vertente salarial.
Um dos principais efeitos psicanalíticos num viciado é o processo de negação. Por muito racionais que sejam os motivos para fazer com que o indivíduo largue o vício, a dependência química ou psicossomática é tanta, que ludibria qualquer ímpeto racional e faz com que o indivíduo crie mecanismos psicológicos para que consiga conviver com o facto de a razão lhe indicar que o seu vício é extremamente prejudicial. É como um fumador assíduo: por muito
que lhe expliquemos que o tabaco mata, que vai ter uma morte dolorosa
dali a vinte anos, numa cama de hospital, que vai ficar com os pulmões
completamente definhados com cancro, e que vai morrer asfixiado com os
pulmões inoperacionais, o fumador através de um processo psicanalítico
de negação, ignora todos os paradigmas racionais, para que o seu corpo
continue a ser saciado pelo prazer hedónico do pequeno falo na boca, e
pela satisfação que a nicotina concede ao correr no sangue e no cérebro. É neste processo de negação que é comum ouvir-se: "a minha avó tinha um vizinho que fumou a vida inteira e morreu aos 85 anos" ou mesmo "a gente nunca sabe o dia de amanhã, quantos não morrem a atravessar uma estrada!". Tratam-se de processos psicanalíticos de negação que obstruem completamente o nosso lado racional, mesmo que os dados estatísticos digam que oito em cada nove cancros do pulmão fatais, se devem ao tabaco, ou que também devido ao tabaco morrem mais de cinco milhões de pessoas por ano.
Assim como há processos de negação para um indivíduo viciado ou completamente desalheado da realidade, podem haver processos de negação coletivos. Um caso histórico, foram as últimas semanas da segunda guerra mundial. À medida que o exército vermelho entrava ferozmente pela Alemanha vindo do leste, e em que todas as elites militares germânicas sabiam racionalmente qual o fim expectável da guerra, grande parte da população alemã, e também das elites do partido nazi, viviam num processo coletivo de negação, achando lá no fundo que "ainda era possível". O mesmo se passa hoje em dia com os recursos energéticos e naturais do planeta, que o Homem vai sugando irracional e desmesuradamente, sem qualquer controlo, apenas para saciar os seus ímpetos hedonistas do consumismo fácil e do prazer instantâneo; e quando os cientistas mostram por A+B que o paradigma tem de mudar urgentemente, as elites políticas dizem que "ainda é possível".
{abrasileirado,
pintarolas} Oi galera do Brasil, pintou aí um clima aqui em Portugal com a galera do
popó!! É aí galera, aqui em Portugal tem um chefão, um poderoso chefão que
controla aí toda a galera do popó. Esse chefão aí né, é um filha da puta!!!
Aleluia meu irmão, o popó esteja consigo né!!! {português europeu} Ele está nomeio de nós.
{abrasileirado, pintarolas}
A situação está preta meu irmão, registra aí o meu planejamento poético
dadaísta, que a galero em portugal não entende nada!!! A mulher portuguesa, é
como a mulher brasileira: é vagabunda. Se cê tem um carro bacana né, tipo
Ronaldinho, Kaka, Ronaldo, oh {dedos a piscarem} muita mulher gostosona pra ocê,
mulher com bunda gostosona, menina bonita e jovem. É aí, se cê não tiver carro,
com mulher brasileira e portuguesa, não tem buceta não meu irmão. O carro, na
cultura da lusofonia, é uma questão de estatuto meu irmão. E quanto mais caro
foi seu carro, maior a probabilidade de encontrar buceta. E quanto mais
potente for seu carro meu irmão, melhor é a buceta e mais gostosona é a mulher.
Mulher que só se interessa por homem que tem carro, que tem património, que tem
estatuto, que não se interessa se o cara é inteligente, se o cara é culto, se é
caridoso, se faz bem ao próximo. Como se chama essa mulher? Va-ga-bun-da!!! E mulher portuguesa e mulher brasileiras são va-ga-bun-das. Cê fala com buceta alemã,
holandesa, sueca, dinamarquesa, elas não tão nem aí para saber se cê tem carro
ou não! Elas querem um cara com aparência física e inteligente. Ontem mesmo
estive em Amesterdã, e sabem o que eu vi galera? Uma menina gostosona, que era
transportada pelo namorado em bicicleta! Mulher brasileira se deixaria levar pelo
cara de bicicleta? Mulher portuguesa se deixaria levar pelo cara de bicicleta? Va-ga-bun-das!!!
{acriançado} Meu nome é CB
e sou FDP
Faço cocó
no meu popó {gritos histéricos} je suis un fie du putard
{austero}
Há pouco tempo fiz o registo da patente concedida para a minha última invenção.
O título será: Depósito para dejetos fecais para habitáculo de viatura
automóvel, com sistema de recolha de excrementos do cagueiro através de invasão
anal. Este sistema, que estará à venda nas lojas PCA dentro de meses, permitirá
que o automobilista não necessite de sair da sua clausura chamada viatura para
proceder às suas necessidades fisiológicas. Por exemplo, aqueles que passam
muitas horas no carro, em autoestradas ou no trânsito, já não necessitarão de
sair do seu automóvel para defecar ({acriançado}cocó, popó), podendo fazê-lo
confortavelmente dentro do seu veículo. Os excrementos fecais, são
automaticamente extraídos do depósito para a via pública, quando o veículo
atingir uma velocidade superior a 120km/h. Os gases daí resultantes serão extraídos
do depósito para produzir biogás, que estando ligado à injeção do motor do
veículo, permitirão fazer consumos muito abaixo da média em cidade.
Um dos argumentos falaciosos, muito usado pelas pessoas, para não abdicarem do carro no seu quotidiano, é que o carro os leva de forma mais rápida de casa ao trabalho e do trabalho a casa. Falei recentemente com um amigo que mora no Seixal, e que trabalha na zona de Carnaxide. De carro, sem qualquer trânsito demora cerca de 30 minutos, todavia com o trânsito que é comum nas horas de ponta, demora cerca de uma hora. Como este meu amigo dizia que gastava cerca de 200€ todos os meses só com portagens e combustíveis, passou a ir de transportes públicos, e demora cerca de hora e meia. Tempo é dinheiro, é verdade, mas a questão que temos que colocar é se o tempo que poupamos com o carro, merece o dinheiro que gastamos a mais por optar pelo carro. Tudo depende de quanto ganharmos à hora, mas constata-se claramente que na generalidade da população portuguesa NÃO compensa trazer carro, dados os salários miseráveis que recebem e considerando os custos elevados que o carro acarreta.
Velocidade Real
É considerando este paradigma que se compara a Velocidade Real com a denominada Velocidade Virtual. É indubitável que um carro é mais rápido que uma bicicleta, se considerarmos a velocidade física, ou a chamada velocidade real, mas esta é claramente redutora para termos uma noção mais abrangente no quadro da mobilidade urbana. A velocidade virtual é muito mais interessante de calcular. Ora então exemplifiquemos: se o Carlos mora em Oeiras e trabalha no centro de Lisboa, e vai e vem de carro todos os dias, anda cerca de 20km para cada lado. Se demorar cerca de 30 minutos para cada lado, a sua velocidade real média é 20km/0,5h=40km/h.