As singularidades astrofísicas do Verso


Se sou a singularidade astrofísica por desvendar
Apenas um fator periódico mundial e milenar,
as partículas do cosmos incutem-me o verbo Amar
e cada batalha feroz é um gesto, um zumbido ou um olhar
A cada letra sei que escrever é cada vez mais premente
É com a chama do caracter que apodrecem as algemas da mão
percorro a cada dia, os labirínticos trilhos da mente
Leio Pessoa; aguardo serenamente El-Rei Dom Sebastião

Porque a Mensagem que nos deixou é Profecia
É a Mensagem que o Infante iniciou, é Maresia
Escrevendo escreverei o que mais ninguém diria
É a Mensagem indelével do Mensageiro: É Poesia
E no dia-a-dia, faço cálculo combinatório e integral
Derivo e resulto na magna singularidade que represento
A cada jorna, sinto a impetuosa lascívia racional
É só sal de Adamastor. É só tormento!

Deus é Grande e o Homem soube-O sonhar
em cada átomo, em cada astro a gravitar
em cada ave dos céus, flor do jardim, ou peixe do mar
em cada mulher com os fartos seios por mostrar
em cada homem que a ama sem cessar
em cada Templo infindável do Amor por edificar
em cada onda eletromagnética que se propaga pelo ar
Em cada gesto teu, no teu sorriso, no teu olhar

Numa equação algébrica vejo a Análise Divina
em cada integral revejo a serpente de Adão
Se não tivesse a bíblica Eva como prima
dir-me-ia que uso apenas e somente a mão
Vejo Deus nosso Senhor em cada face feminina
Falta-me compreender a Sua magna Perfeição
Procuro de entre as partículas do cosmos a minha sina
Dai-me Senhor os Mistérios d’El-Rei Dom Sebastião

Martinho da Arcada, Março de 2012

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