Não nos iludamos com a prática comum dos condutores de táxi. Se eu fosse legislador, findaria muito facilmente o desrespeito que os taxistas têm perante os outros utentes das vias e das rodovias públicas: tornaria obrigatório a todos que quisessem uma licença de condução de um táxi, o título de mestre, no âmbito da reforma europeia denominada processo de Bolonha. Quem não tivesse um mestrado, em que área fosse, não poderia conduzir um táxi. Tudo por uma questão de civismo perante os outros que seria naturalmente imposto. Bem sei que há indivíduos que têm um mestrado e não são bem formados, e também há o caso contrário, mas a estatística prova que normalmente uma pessoa com alguma formação académica superior, tende a ser mais bem formada na estrada. Este critério, deveras objectivo, é extremamente fácil de atestar e de realizar. Tomaria também medidas extremamente acertadas para reduzir drasticamente a sinistralidade rodoviária, como por exemplo, limitar a velocidade do veículo a 120 km/h, para todos os veículos a circular em Portugal através do seu sistema electrónico central, visto que todos os carros já são equipados com sistemas electrónicos de controlo de velocidade e de débito de gasolina, assim sendo é tecnicamente viável fazê-lo; passaria para os 26 anos de idade a idade mínima para se poder ter carta de condução e retiraria automaticamente a carta de condução a todos os indivíduos com mais de 70 anos de idade, por questões óbvias, pois um indivíduo com mais de 70 anos, não tem, indubitavelmente, as capacidades motoras necessárias para se deparar com uma situação mais alarmante na condução do veículo. O estado presente, com o exame médico, é uma burla autêntica aos cidadãos, é uma anedota completa, pois já se sabe que os idosos vão pedir o dito exame ao médico de família que já conhecem há 30 anos e com o qual nutrem alguma intimidade, e obviamente o médico, não tem muitas vezes a ousadia de castrar o idoso, pois o carro muitas vezes para o mesmo é de extrema importância.
Há muitas medidas a tomar, a nível rodoviário, em Portugal e nas metrópoles. Normalmente não teço no meu blogue este género de considerações, mas não pude deixar de o pensar fortemente, pois sou um velocipedista assíduo entre a casa e o trabalho. Passo a explicar; todos os dias percorro de manhã entre casa e o trabalho cerca de sete quilómetros de bicicleta através da Av. Infante D. Henrique, junto ao Tejo, em Lisboa. Vou sempre calmamente na faixa da direita, cioso dos meus deveres e obrigações enquanto utente da rodovia pública, aliás vou tão encostado ao passeio para não importunar os outros que muitas vezes roço com os braços no mobiliário público que está presente nos passeios para os peões. No entanto, as bestas da estrada, entenda-se taxistas, fazem-me com cada razia a velocidades estonteantes, que sempre que passam por mim, fico atónito e quase terrificado. Os taxistas em Lisboa são uns autênticos animais sem qualquer género de formação cívica ou académica, para os taxistas os ciclistas não são mais que uns vermes a espezinhar, tal como um camionista faz com prazer ao espezinhar cães vadios. Os taxistas e os camionistas são as bestas do asfalto que vagueiam pelas nossas cidades e pelas nossas estradas. A maioria dos taxistas tem a quarta classe, e não sabe fazer contas mais complexas que somar e subtrair, e apenas com números até cem e acabados em zero. Enquanto ciclista que sou, como faço da bicicleta o meu móbil quotidiano, assevero-vos que os taxistas são uns autênticos animais do asfalto urbano; são presunçosos, acham que a estrada é deles; são rudes e mal criados, buzinam aos outros condutores à mínima anomalia, vociferam palavrões com facilidade; já para não falar que burlam com frequência os nossos turistas sem qualquer pejo ou pudor. Digo-o, meus caros, pois já ia sendo atropelado várias vezes por taxistas, que violando todas as regras do código da estrada no que concerne à velocidade, passaram por mim a menos de 10 cm, a velocidades que tangem o inacreditável, para uma urbe que ser quer ordeira e pacífica.
Faça-se justiça em relação aos condutores da CARRIS, pois estes são extremamente cívicos e ordeiros, e sempre que me avistam ao longe, fazem sinal pisca para a esquerda, ultrapassam-me com uma distância de segurança largamente considerável, e após a ultrapassagem, voltam a fazer o sinal pisca para a direita e voltam normalmente à faixa dos transportes públicos. O taxista, por seu lado, age como se eu nem sequer existisse, e apesar de eu ter diversas luzes sinalizadoras intermitentes na bicicleta, o taxista entende essa sinalética ambulante como um estímulo para aumentar a velocidade, qual síndroma de animal primário que age e reage à luz, e passa por mim sem sequer se desviar um único milímetro. É que na CARRIS já só se entra com o décimo segundo ano, e taxista, qualquer analfabeto o é. Eu sei que agora para se ter carta de condução é preciso o nono ano, mas ainda temos muitos na estrada do tempo da outra senhora, em que para se ser taxista, bastava ter a quarta classe tirada á noite.
Mas falando ainda mais seriamente; não que a conversa até agora não tivesse sido deveras séria, pois quando digo que já ia sendo atropelado por taxistas várias vezes, digo a verdade; há medidas que devem ser tomadas para reduzir drasticamente a sinistralidade e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos das metrópoles, melhorando principalmente a qualidade do ar e reduzindo a poluição sonora.
Medidas para reduzir a sinistralidade nas estradas
• exigir o Mestrado de Bolonha como qualificação académica mínima para quem quiser ser taxista
• colocar a idade de 25 anos, como a idade mínima para se poder tirar a carta de condução
• remover automaticamente, sem exame, ou expedientes dilatórios, a carta de condução a quem tiver mais de 70 anos de idade
• limitar electronicamente a velocidade de todos os veículos a circular em Portugal, a 120 km/h
Medidas de foro rodoviário, para melhorar a qualidade de vida nas cidades
• exigir, num prazo máximo de 5 anos, que todos os veículos de transporte público, como autocarros, pequenos autocarros, assim como os táxis, sejam zero emissões; ou seja com baterias e motor eléctrico, ou a hidrogénio com pilhas de combustível; ou outro qualquer sistema de locomoção que seja zero-emissões, e que seja tão ou mais silencioso como os casos apresentados
• exigir, num prazo de 10 anos, o mesmo para todos os outros veículos particulares novos
• proibir os táxis de circular na faixa de transportes públicos, cingindo esta apenas a transportes públicos colectivos como autocarros, eléctricos, mas também a velocípedes, trotinetas e também a outros quaisquer veículos de duas rodas, como motociclos, desde que estes sejam zero emissões.
• colocar postos de reabastecimentos eléctricos em todas as praças de táxi e parqueamentos públicos e privados
• triplicar o actual Imposto sobre Veículos, e eliminar a Componente de Cilindrada ficando apenas a Componente Ambiental e uma componente percentual em relação ao preço do veículo, ou seja, os veículos pagam apenas em função do que poluem e em função do seu preço. A componente da cilindrada provém de uma lei decrépita em que a cilindrada era um indicador sobre o preço e o grau de poluição do veículo. Triplicar o mesmo imposto também para veículos importados.
• Isentar de Imposto sobre Veículos todos os veículos zero-emissões, tendo estes de pagar apenas a taxa normal de IVA
• quintuplicar o actual Imposto sobre Produtos Petrolíferos. Portugal não tem recursos petrolíferos e deve desincentivar fortemente o consumo deste género de produtos, pois são nefastos para a natureza e para o sistema ambiental do país, causam uma enorme dependência energética nacional e desequilibram fortemente a nossa balança comercial.
• fazer um dia sem carros por semana, em todas as cidades do país, sem quaisquer excepções, sendo que tal lei não daria poder de escolha ao poder municipal, tendo este de se reger pela lei nacional, tal como já sucede em muitas outras situações.
• reduzir os passes sociais, os passes combinados, e todos os outros títulos de transporte público para metade. Para colmatar a falta de receita, reduzir-se-ia o ordenado de todos os funcionários das empresas de transportes públicos para metade, à excepção dos maquinistas do metro de Lisboa e do Metro do Porto, assim como da CP, que viriam os seus ordenados cortados para um quarto do valor presente.
• proibir constitucionalmente as greves nos sectores públicos de transporte
• converter grande parte da rodovia nacional, principalmente auto-estradas, em ferrovia quando tal fosse possível e viável tecnicamente. De referir que poderá ser considerado um grande investimento, mas os terrenos já estão praticamente preparados, as terraplanagens não seriam mais necessárias, embora pudessem haver casos onde tal não fosse possível dados os traçados presentes da rodovia. No entanto estaríamos a fazer um investimento realmente verdadeiro no futuro do país, pois estaríamos a sanar verdadeiramente o nosso défice energético e a nossa balança comercial.
Estes normativos que proponho, sanavam de uma só vez os problemas energéticos do país e reduziam drasticamente a sinistralidade nas estradas. As maiores importações que Portugal faz, dados do sítio Pordata, são veículos e combustíveis; não temos exploração nacional própria nem de uns, nem de outros; sendo que estamos extremamente dependentes energeticamente do estrangeiro. Ou Portugal faz uma verdadeira aposta no futuro, ou o país simplesmente não tem futuro. O presente governo PSD-CDS tem dado alguns passos deveras certos, no sentido de melhorar as finanças públicas, no entanto no que concerne ao verdadeiro cerne do nosso endividamento externo e do nosso défice energético, este governo petrolificado quer tornar Portugal em mais um lacaio da OPEP, da BP, e dos arautos do tio Samuel. A medida dos aumentos dos transportes em 15% constata esta ideia.
Reparem que no ano 2000, a título de exemplo, dados do Pordata, as famílias gastavam com transportes cerca de 15% dos seus rendimentos, quando se diz com transporte, leia-se essencialmente derivados do petróleo, uma parcela só ultrapassada pela parcela dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas. A parcela dos transportes fica acima das parcelas da Habitação e despesas conexas, fica acima dos acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação; acima das despesas em comunicações, em lazer e mesmo acima das despesas em restaurantes ou hotéis e acima também de despesas com outros bens e serviços. A parcela das despesas das famílias portuguesas em transporte, leia-se derivados do petróleo, e sintomática da nossa dependência energética.
O mesmo sítio Pordata, nos dados referentes ao consumo energético total de Portugal e por alguns produtos energéticos, refere que em 2008 as parcelas da gasolina, gasóleo, GPL e fuelóleo, ou seja derivados do petróleo, representaram cerca de 44% de todos os gastos energéticos do país; e aqui releve-se que não estão apenas os transportes, ou seja, estão todos os gastos energéticos que Portugal realizou em 2008. Houve no entanto um melhoramento ténue, pois em 1995 essa parcela era de 58%. Passámos a utilizar mais a biomassa e o gás natural desde então.
Ou seja, existe um cartel generalizado em torno do petróleo, o ouro negro, esse cartel é liderado pelos americanos, que desde a fundação da OPEP, que indexam o dólar ao barril de petróleo, e obrigam os mercados internacionais a transaccionar os barris de petróleo em dólares, mantendo assim a sua moeda forte. Enquanto o mundo ocidental industrializado estiver dependente desta seiva negra maléfica que os americanos dominam, a Europa ficará sempre dependente financeiramente dos seguidores do tio Samuel, nem que tal traga graves maleitas para a Natureza, para a qualidade de vida dos europeus, ou para a facilidade da mobilidade nas urbes. Enquanto as Universidades europeias não apostarem fortemente nos meios alternativos de mobilidade urbana que não careçam de derivados de petróleo, estaremos sempre seriamente energeticamente dependentes com graves consequência financeiras para o espaço Europeu.
Quando surgirá uma fonte de energia barata, limpa e para todos? Tal não é utópico, basta para tal destronarmos os princípios e as doutrinas imperialistas dos arautos do tio Sam.
Combatamos todo o imperialismo americano e demos todos energia livre, limpa e verde ao mundo