FMI, a COFIDIS da Nação


Não nos iludamos meus caros cibernautas que me auscultam, o FMI é a COFIDIS da nação, meros usurários e agiotas que à custa das nossas dificuldades e irresponsabilidades nos usurpam e nos definham as contas públicas. Trinta mil milhões de euros em juros são um montante pecuniário monstruoso! De referir reiteradamente ao Dr. Louçã que na vertente europeia são 30 mil milhões e não 30 biliões como reiteradamente gosta de proferir. Mas cinjamo-nos ao essencial, à CREDIAL da nação portuguesa. O estado português tornou-se nos últimos anos como uma daquelas famílias que estando extremamente endividadas, se deixam ludibriar por aquelas fortes campanhas semito-financeiras da COFIDIS em que o devedor pode coligir todos os seus empréstimos num único e ser literalmente sodomizado pelos agiotas durante um período extensivo de tempo.

Remetamo-nos ao busílis e á metafísica da questão independentemente do espectro político-partidário onde nos encontremos. A esquerda apelida o FMI de usurários, sendo que não posso deixar de concordar com alguns dos seus argumentos. No entanto parece que a esquerda nesta situação foi avassalada por um rasgo de amnésia aguda que a faz esquecer do passado recente. Não nos esqueçamos que o alto endividamento do estado se deveu às regalias faraónicas que a esquerda concedeu aos portugueses no período pós-revolução de Abril. Unimo-nos à Europa, e quisemos os ordenados da Alemanha sem termos a industria alemã, e ainda para mais tendo mais dias de férias que os alemães o que é escandaloso. Falamos reiteradamente da nobreza social dos países nórdicos esquecendo-nos que a carga fiscal nestes países é monstruosa. Num comício da CGTP que fui recentemente como elemento à paisana soavam cartazes estridentes afirmando, mais salários e mais direitos. E os deveres e as obrigações? A esquerda portuguesa levou o país à bancarrota pois reiteradamente pressionava os sucessivos governos apenas com medidas que aumentavam a despesa do estado. Porque é que na esquerda quando se falam de valores e de ideias reiteradamente se falam de capitais e de montantes pecuniários nas reformas, nos salários e nos subsídios.

A esquerda tem uma apetência por dinheiro inigualável a qualquer judeu ou banqueiro. A esquerda idolatra mais o dinheiro, que qualquer agiota ou usurário. Curiosamente os que conheci de direita são mais comedidos nos gastos, sendo que os de esquerda têm uma vertente consumista muito mais acentuada. A esquerda adora o capital, é vê-los a pedir mais salários, são mais direitos que implicam mais salários, são mais subsídios que implicam mais dinheiro. Entregar o dinheiro aos sectores da esquerda é como queimá-lo na fogueira. Se não temos, pedimos, endividamo-nos, reestruturamos as dívidas e no fim quando vier a insolvência, dizemos que fomos injustamente roubados e fazemo-nos de vítimas e não pagamos. Isto é a esquerda portuguesa: burguesa, consumista, mas ideologicamente plebeia.

Esta história lembra-me aquele meu grande amigo que pediu um cartão aos proxenetas do CityBank. Todos os fim-de-semanas fazia grandes mariscadas, e na altura da conta entregava sempre esse rectângulo de plástico que obedece á proporção áurea, denominado cartão de crédito. Quando estava enterrado até ao pescoço com dívidas, chamava-lhes de usurários pois as taxas que aplicavam eram impraticáveis de pagar. E são realmente uns ímpios prestamistas esses senhores dessas financeiras que emprestam dinheiro a juros. São uns interesseiros, uns agiotas, usurários e especuladores. Mas e quem gastou o dinheiro, não será também responsável e conivente com a situação degradante?

Por isso é que na minha vida pessoal rejeito todas as formas de crédito. Só compro o que posso pagar. Há excepções muito particulares como por exemplo os imóveis. Agora fazer créditos para pagar despesas correntes é altamente flagelante e destrutivo. A esquerda quer ser porreira com o povo, mas numa hipotética coligação entre o PCP e o Bloco de esquerda numa situação governativa, o país afundava-se de vez numa semana.

A direita é ainda mais cretina e imbecil ao coadjuvar com estes agiotas e usurários provenientes do estrangeiro que nos imporão as medidas que teremos de tomar. Parafraseando Manuela Ferreira Leite que se dirigia a um parlamentar: “Se lá em casa é o senhor que traz o dinheiro é o senhor quem dita as regras, e se não o faz, devia fazer”, ou então acolhendo uma frase nobre do povo “Quem dá pão, dá educação”! Ora então para a direita o FMI é a figura patriarcal que vem salvar o país da miséria com uns agraciados e venerados 78 mil milhões de euros, qual pão para as bocas dos famintos lusos, que obviamente traz as normas da educação que terão obrigatoriamente de ser cumpridas. É que a direita tem de explicar muito bem aos ignorantes em matéria de fiscalidade como eu porque é que uma empresa convencional como a da D. Rosa ali no minimercado da rua dos meus pais paga 25% de IRC, mas os grandes bancos só pagam 13,6%. Os bancos em 2007 tiveram lucros na ordem dos 2,4 mil milhões de euros, e não nos esqueçamos que os bancos são na realidade os agiotas e usurários internos da nossa nação, uma espécie de micro FMI dos portugueses.

Mas cinjamo-nos à resolução dos problemas de uma vez por todas. A solução do problema do país é simples: produtividade e empreendedorismo. E estranhamente só ouvi afirmá-lo reiteradamente por parte do presidente do PNR, por Bernardino Soares do PCP e por Garcia Pereira do PCTP-MRPP. Quão estranho ver os nossos políticos com assento parlamentar a digladiarem-se ferozmente e não incutirem ao povo luso o espírito da produção.

A Europa e a revolução dos Cravos têm alguma culpa porque definharam o nosso sector produtivo. E muitas das exportações que ainda vamos tendo, são de empresas estrangeiras com pólos industriais em Portugal como no sector automóvel. Os espanhóis pescam nas nossas águas e temos de lhes comprar o peixe e a fruta, os automóveis compramo-los aos franceses e alemães, os telemóveis aos finlandeses e os móveis aos suecos. Os bons hotéis e os campos de golfe que vamos tendo têm um imposto em sede de IVA baixíssimo, e dizem que é para contribuir para o turismo. Os nossos políticos querem transformar Portugal numa República Dominicana da Europa, pobre, ignorante, sem sector fabril, mas como tem bom sol e boas praias que acolha muitos turistas.

Mas o Eng. Sócrates ainda terá de explicar muito bem ao país porque é que o leite paga o mesmo IVA que o golfe. Por amor de Deus, o golfe? Mas esse homem iníquo ainda não se apercebeu que só jogam golfe os aristocratas e os burgueses.

A solução para a crise, já o afirmei por diversas vezes que é: Produtividade. A nossa população especializou-se a trabalhar em atendimento telefónico ou algo semelhante do sector terciário. A nossa população trabalha essencialmente no terciário e tem aversão às fábricas.

Mais uma vez rogo aos responsáveis políticos: voltemos ao mar, às fábricas, à terra, abolemos as especulações financeiras e do capital que não geram verdadeiro valor, paguemos e cumpramos as nossas responsabilidades contratuais, paguemos o que devemos, eliminemos e erradiquemos de vez as COFIDIS, CREDIAL, CETELEM, CityBank e derivados da nação portuguesa que nos afogam em situações cada vez mais penosas.

Trabalhemos, produzamos e tal como designava Pessoa, cumpramos Portugal.

4 comentários:

  1. Belo discurso... realmente belos discursos não nos faltam e até concordo com algumas coisas, mas gostava que tomassem mais atenção a certas coisas que dizem. Como por ex: o Golfe, será que nessas cabeças não lhes escorre que o Golfe não é para nós jogarmos e sim para trazermos estrangeiros cá para jogarem e entrar mais dinheiro em Portugal, pois é preciso puxar pela cabeça para chegar lá.... e do futebol? ninguem fala? isso sim é uma vergonha, desde aos ordenados absurdos, às fraudes a tudo. Mas não vamos atacar a industria do golfe que tem milhares de portugueses a trabalhar com ordenados normais e é um cartaz de Portugal.. somos mesmo TUGAS!

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  2. Caríssimo...

    Se quer fazer como o prezado ministro da economia Álvaro Santos Pereira disse que queria fazer, ou seja fazer de Portugal uma Flórida da Europa, podíamos até isentar de imposto os estrangeiros, como já referem certos fiscalistas para o caso do IMI.
    Isso é um absurdo autêntico e é uma fraude fiscal.

    Se o golfe dá muito trabalho e gera receitas para o país, óptimo, fico feliz por sabê-lo, mas pague imposto como os outros. Só devem pagar a taxa mínima de IVA os produtos de primeira necessidade como o leite, a farinha, o pão e por aí. O futebol pagar 6% é outra fraude fiscal inexplicável, mas tal não desculpabiliza o golfe de pagar 6%.

    E quer queira quer não o golfe é tudo menos algo de primeira necessidade, é um desporto para novos ricos e pseudo-aristocratas

    Com os melhores cumprimentos

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  3. Caríssimo,
    Realmente existe uma falta de compreensão e uma forma pequenina de pensar neste pais que até faz impressão. Voce acha que se aumentarmos os preços do golfe em mais 17% algum estrangeiro vai querer pagar esse aumento e vir jogar nos nossos campos, ficar nos nossos hoteis e jantar nos nossos reaturantes? Acha mesmo? Decerto que não deve ter a minima ideia da quantidade de dinheiro que os clientes do sector golf deixam todos os anos em Portugal. Mas Ok tudo bem vamos acabar com o Turismo também e dos poucos sectores que nos resta... Boa vamos acabar com os postos de trabalho do Turismo. As familias dos trabalhadores do sector agradecem estes maravilhosos comentários.

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  4. Caríssimo...

    Temos que fazer opções, ou queremos transformar Portugal numa República Dominicana da Europa, como já é em certo ponto, em que vai ao Algarve e há cafés e bares onde os empregados nem Português falam, onde os capitais são pouco ou nada taxados para atrair depósitos estrangeiros, muitos deles de negócios ilicitos, OU, queremos transformar Portugal numa Alemanha do mediterrâneo, como um elevado sector produtivo e tecnológico, apostando nas exportações.

    O golfe pagar 6% de IVA é uma vergonha nacional, paga o mesmo IVA do leite e do pão e paga menos IVA que os cereais de pequeno-almoço, que os ginásios para o desporto, e que tantas outras coisas mais muito mais salutares e essenciais.

    Por essa ordem de ideias, porque não isenta de IVA e de quaisquer impostos os estrangeiros? O que diz é insensato e não tem cabimento.

    Reafirmo, o golfe pagar o mesmo IVA do pão e do leite é uma vergonha nacional.

    E não evoque as famílias e os trabalhadores do sector, por essa ordem de ideias, deixava de se taxar também o tabaco, a cerveja, os produtos petrolíferos, a banca, o sector automóvel, o pequeno comércio, e por aí pois estes também dão muito emprego a muita gente com família.

    Reafirmo: o golfe pagar o mesmo IVA do pão e do leite é uma vergonha nacional.

    Cumprimentos

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