Beijo-te os lábios e criamos uma deidade
Copulamos um império e um continente
No meio dos teus lábios florescerá um ente
Entre tuas mamas, a fecundidade
Nos teus olhos castanhos, vejo a mocidade
Rogo ao Pai, ao Senhor e ao teu regente
para que possua o teu esbelto corpo ardente
e para que a tua vulva, me roube a castidade
És um imenso império de tesão
És a mulata gostosa, dócil e vil
que me impele à lasciva imensidão
e que me incute a volúpia do Brasil
Sou o Cristo, o Messias, tu és o Pão
que degusto na última ceia no meu redil.
Tens a verde bandeira do losango
e dos céus do Sul, tens o cruzeiro
é a anatomia da mulher, o sacro outeiro
a origem do mundo em divo plano
Alegras-me com o círculo azul ufano
Esférico, da maresia e feminino
o orifício donde nasce o menino:
poeta brasileiro e o povo insano
Tens o verde das florestas imensas
O Progresso de um imenso mundo novo
A Ordem nobre, e as eloquências
de um multi-étnico e lascivo povo
A tua mulher dá-me as conivências:
Degusto-a, redimo-me e aprovo
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