Presidenciais 2011 - Voto Alegre


Sou anti-mação, sou nacionalista, sou contra o aborto, sou contra a união sacramental e consagrada nos ministérios do estado civil entre duas pessoas do mesmo sexo, sou crente em Deus, sou cristão, e voto Alegre!

Serei um mero paradoxo filosófico, serei contra-natura, estarei a lutar contra os meus próprios propósitos numa senda forçosamente inútil e contraditória? Estarei e tecer um voto que contribuirá para tornar mais árdua e difícil a minha luta pelos propósitos que acredito e defendo? Talvez, mas voto Alegre por questões de foro intrinsecamente pessoal e de actividade poética! Alegre é um homem filantropo, altruísta, erudito, apaixonado, e tais características são importantes não apenas ao homem, mas também ao político, pois o que elegeremos para presidente é o representante magno da nação Lusa!

Existem forças ocultas, despóticas, satânicas que têm como propósito máximo a castração dos poetas, mas lembro-me de ouvir Alegre vociferar veementemente: Poeta casto sim, mas Poeta castrado não! Não desgosto de Cavaco, é um homem grave, obtuso, recto, probo, íntegro, vertical, e confesso que confio eternamente na honestidade cavaquista. Governou a nação Lusa durante vários anos enquanto primeiro iniciado nos mistérios governativos do país, e a nossa nação enquanto estado europeu teve um forte e considerável desenvolvimento social e económico durante o seu reinado. Mas Cavaco defrauda o seu eleitorado, com a promulgação do casamento entre invertidos, nada faz para evitar a lei do aborto, e que eu saiba não é Poeta, no entanto é crente e católico. Mas terá plasmado Cavaco o seu catolicismo na sua acção governativa?

Assim sendo votarei num homem exuberante, que exacerba os instintos, magnanimamente apaixonado, um poeta augusto que combateu pela liberdade do povo Luso e um homem que foi deputado no magno e mui respeitável parlamento português.

Questionarão os mais cépticos se os poetas poderão liderar, se terão o discernimento político, filosófico, diplomático e tecnocrata para liderar a nação. Pois creio acerrimamente que a resposta à pergunta em apreço é definitivamente afirmativa. Um líder obviamente que necessita de ter o discernimento político e racional para decidir nas situações mais propícias, um líder tem de ter objectivos bem definidos, não pode ser nunca um homem publicamente irascível, mas um líder de homens e mulheres tem de ser um ente grandemente possuidor de subliminares instintos primários. Rogo aos prezados cientistas políticos e aos politólogos que não teçam doutrinas distintivas entre o homem e o político, não para a presidência da nação. Façamos um exercício filosófico; para certos politólogos o líder presidencial ideal seria um autómato completamente desprovido de sentimentos ou paixão, mas é do senso comum que tais pressupostos são completamente incompatíveis com o sangue quente que corre no povo Luso.

Não façamos distinções! Não separemos as doutrinas pessoais e profissionais! O cargo de presidente não é um mero e qualquer cargo de uma empresa com objectivos financeiros! Dizer que na política não poderá haver paixão ou sentimentos é um erro crasso histórico! E as oratórias gregas? E os poderes de argumentação tão sentimentalizados e tão belamente ornamentados que instigam nas massas o auge? E a arte na retórica? Não castrem os líderes!

Se Mário Soares diz, e muito bem, que a política europeia contemporânea carece de homens magnos capazes de elevar o espírito europeu numa pátria augusta, tal deve-se à sucessiva castração que tem sido imposta aos políticos europeus. Se formos probos, rectos, íntegros, honestos, profissionalmente competentes, porque não podemos transparecer por vezes nos discursos públicos sentimentos mais acesos ou acérrimos se estes não forem de cariz ofensivo ou indecoroso? E revejo todas estas qualidades em Alegre! Aquele plebeu, o Manuel!

Não sou partidário do partido maçónico, socialista e oligárquico que regeu o nosso país na última década, não sou partidário do partido burguês do pentáculo humanóide vermelho que se intitula de esquerda, mas voto Alegre. Um homem conscienciosamente aceso, uma referência para a Lusa nação, uma esperança para Portugal.

Nesta efeméride eleitoral, dia 23 de Janeiro de 2011, simbologia numerológica iniciática, entregar-me-ei ao deleite do meu dever enquanto cidadão luso, cumprirei as minhas doutrinas da cidadania, e votarei Manuel Alegre.

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