que em Alcobaça jaz descansada
Foi D. Pedro que a tornou vingada
nos murmúrios de um amor a três
Ana Moreira enquanto Inês de Castro por Luís Filipe Coito |
E D. Pedro no leito da amada
Tornou Inês embaraçada
Embaraçou o Reino Português
E em Coimbra, o sanguinário punhal
a mando de Afonso IV, o bravo
Qual bravura!? Matar dama sem igual
Mas D. Pedro, o Cru, cravou o cravo
sob a égide de uma raiva abissal
que me inspira nos versos que gravo.
E nas efemérides versais da História
Depois de cruelmente assassinada
Foi D. Inês enobrecida, foi coroada
Para que o Povo a traga na memória
E D. Pedro para magna glória
Para repouso da sua amada
em Alcobaça, bem afamada
deslindou a sacra convocatória
Beijai a mão da Rainha!
É El-Rei que vos ordena
Vede em Santarém a chacina
Da raiva de um rei que não tolera
Beijai a mão desta menina
Ordens d’El-Rei, que desespera
E depois de Pedro fenecido
às mãos do divino Criador
Vingada a raiva, e o seu fervor
E o seu magno túmulo construído
Inês encontra o seu marido
El-Rei D. Pedro, seu Senhor
na última morada do Amor
No mosteiro pelos monges erigido
Amam-se os dois, fronte a fronte
Sobre a cruz latina do mosteiro
Chorou o Povo, construo a ponte
da História Lusa do desejo
e que nutra a erógena fonte
da dócil Nádia, que amo e cortejo.
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