As vicissitudes de uma deidade Lusitana


As deidades Lusitanas divagam pelos mundos etéreos da adolescência dos fecundos amores pueris e ternamente caridosos, solidários e filantropos. Já as Eslavas, as Escravas dos Germanos na frente Leste, exuberam a voluptusidade viril de uns fartos e volumosos seios.

A minha adorada concilia estes dois mundos. Desde o nome primeiro, que nos remete para uma bela divindade russa, através de uma ginasta romena e que exacerba os corações dos homens carregados de testosterona, até à caridade característicamente cristã meridional e a solidariedade e bondade tipicamente sociais democratas sulistas do continente Europeu.

A minha amada concilia o sagrado e o profano, a paixão e o amor, o carnal e o terno, a longevidade marital em que me revejo nela preconiza doutos, profusos, primaveris e serenos momentos passados com a minha sereia dos versos de Camões.

É que nos meus sonhos, Vasco da Gama, cuja silhueta marca a paisagem da enseada siniense, descobre o caminho marítimo para o amor russo que nutro pela Nádia através dos cabos viris africanos da paixão ardente, partindo das raizes metropolitanas lisbonesas.

Simplifico esta sinuosa, vasta e complexa rota amorosa elevada a magna missiva, cara Nádia: Amo-te...

Missiva pública a um magno Poeta passionalmente obcecado


Caro Rui Pedro

A Inês com que se obcecou
http://pedro-procura-ines.blogspot.com/
Vi a tua história algures no espaço cibernético, aquando de uma pesquisa histórica de Pedro e Inês, e não pude deixar de me impressionar.

Não vou aqui evocar as questões amorosas de foro obsessivo que tens por uma mulher que tu denominaste Inês.

Aquilo que me deixou extasiado, e tal não posso deixar de referir, é a tua qualidade poética elevada, rimática e versal, inigualável e pouco ortodoxa considerando os tempos contemporâneos.

A Inês, por muito que a amasses, foi mais um propósito para a fama fácil ao sensibilizares a vernaculidade popular das velhinhas da verborreica Júlia e do misógino Gouxa. O que interessa caro Rui, é que a tua Poesia é de uma nobreza literária excelsa, e cumpre os requisitos das mais elevadas estrofes.

Tão bem que te compreendo, pois também eu sou Poeta, com livros editados de Poesia e com blogues com literacia profusa. Escrever poemas às demais é um ímpeto natural, primordial, e cumpre tão-somente os desígnios divinos e metafísicos do Amor, aquando do espalhamento dos genes do macho pelas fêmeas circundantes. A poesia é apenas o veículo do cortejo, qual pavão que mostra as penas coloridas e brilhantes, revelando fertilidade e altivez, características irresistíveis a qualquer fêmea.

Como Poeta que sou padeço, das mesmas patologias psíquicas que te afligem, no entanto cabe-me a fidelidade à minha companheira que amo e a quem dedico os meus versos.

Também já sofri de obsessões patológicas do foro passional por uma idílica mulher do Báltico, e eliminei-as com uma bela, serena, exuberante e voluptuosa morena Portuguesa com nome eslavo com que me uni maritalmente.

O meu conselho pedagógico e medicinal é para te reencontrares, procurando-te a ti mesmo pelas tuas origens geográficas e parentais, procurares salutarmente uma mulher que não provoque em ti sensações luxuriantes, mas de serenidade, amicais e amorosas, e dedicares os teus poemas ao povo Português, às nobres cidades do mundo, ao fado, às históricas estórias de Amor, aos mosteiros, e à amada com que te unires.

É que a humanidade judaico-cristã a que tu pertences, reitere veementemente através dos seus missionários, que a poligamia é uma heresia condenável pelas mais altas doutrinas.

Encontra alguém que verdadeiramente ames, porque obsessão não é amor, e rogo-te, continua a escrever Poesia.

Cumprimentos poético-literários

João Pimentel Ferreira

www.joaopimentel.pt
VerusVeritas.org

A Inês de Castro


Entre os versos desta Inês
que em Alcobaça jaz descansada
Foi D. Pedro que a tornou vingada
nos murmúrios de um amor a três

Ana Moreira enquanto
Inês de Castro por Luís Filipe Coito
Pois Castro, casta se fez
E D. Pedro no leito da amada
Tornou Inês embaraçada
Embaraçou o Reino Português

E em Coimbra, o sanguinário punhal
a mando de Afonso IV, o bravo
Qual bravura!? Matar dama sem igual

Mas D. Pedro, o Cru, cravou o cravo
sob a égide de uma raiva abissal
que me inspira nos versos que gravo.




E nas efemérides versais da História
Depois de cruelmente assassinada
Foi D. Inês enobrecida, foi coroada
Para que o Povo a traga na memória

E D. Pedro para magna glória
Para repouso da sua amada
em Alcobaça, bem afamada
deslindou a sacra convocatória

Beijai a mão da Rainha!
É El-Rei que vos ordena
Vede em Santarém a chacina

Da raiva de um rei que não tolera
Beijai a mão desta menina
Ordens d’El-Rei, que desespera




E depois de Pedro fenecido
às mãos do divino Criador
Vingada a raiva, e o seu fervor
E o seu magno túmulo construído

Inês encontra o seu marido
El-Rei D. Pedro, seu Senhor
na última morada do Amor
No mosteiro pelos monges erigido

Amam-se os dois, fronte a fronte
Sobre a cruz latina do mosteiro
Chorou o Povo, construo a ponte

da História Lusa do desejo
e que nutra a erógena fonte
da dócil Nádia, que amo e cortejo.