A Magna Ponte entre os Orientes







A ponte que une os Orientes, que une o Oriente lisbonês e o Oriente solar, o oriente cardinal. Relembro-vos caros profanos, a estirpe étnico-social a que também pertenço, que a ponte que deve o seu nome ao magno navegador nascido em Sines, tem um trajecto aproximadamente alinhado com os paralelos de latitude. A Ponte une então os dipolos geográficos entre a ocidental praia Lusitana e o Oriente simbólico que é a India, a China e as Arábias, no entanto mantendo o denominador comum que são os nascentes lisbonês e da margem do rio cujas ninfas inspiravam de exuberância o excelso e ínclito Poeta. A Ponte, é sempre um trajecto que une dois locais, geográficos ou simbolicos, e a Ponte é a simbiose que encontra os traços comuns entre as duas diversidades que se unem. A Ponte que deve o nome ao navegador é o matrimónio entre as dicotomias simbólicas que os incautos e os profanos trespassam no seu quotidiano. Esta ponte deve o nome ao magno descobridor nos cantos de Camões, nos cantos dos Lusíadas, a epopeia augusta do Poeta. A travessia que se enquadra harmoniosamente no leito do rio percorrido pelos Fenícios desde há milénios cuja pesca segundo estes era abundante. A Ponte extensa, enorme que exigiu elevadas competências técnicas de engenheiros, e até de arquitectos que por certo se deveriam intitular os grandes, pois esta travessia é divina pois obedece às doutrinas das obras de arte sacramentais abençoadas pelo todo-poderoso. Esta passagem que une o Oriente lisbonês, também este uma gare de caminhos e diásporas, e o Oriente simbólico das paragens do Indo, atravessa a larga bacia do rio olissiponense representando o mar azul imenso para lá dos cabos das intempéries e das tormentas. Atravessemos todos enquanto profanos esta iniciática ponte, para que possamos ser baptizados na luz divina da observação do caminho interior que é o Oriente.


4 comentários:

  1. "Atravessemos todos enquanto profanos esta iniciática ponte..."? Desculpa lá, amigo João, mas vou fazer um comentário ultra-profano, na ausência profunda de qualquer sacralidade iniciática, mas...atravessemos todos enquanto profanos esta iniciática ponte...; por €2,35, vão lá roubar outro, que eu já estou farto de ser vítima desses senhores iniciados no sacral furto do cidadão comum, denominados políticos e empresas filiadas.
    Claro, João, que a profundidade do teu texto vai muito para além do que acabo de escrever. Mas, desculpa, tinha de me indignar com o "sistema" sem deixar de considerar, sempre com agrado, a beleza do que escreves!

    João Carlos

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  2. Eu bem sei caro amigo João Carlos que a portagem é um entrave à iniciação, pelo menos a portagem tem um intento que é o de ser selectivo, tem uma simbologia que é a selecção daqueles que querem ou estão preparados para serem iniciados na luz. No entanto intentos e ideários semíticos acharam por bem fazer a selecção com numerários, mais especificamente com 2,35€ alimentando os estabelecidos e as empresas que com as portagens lucram. Mas de relembrar caro amigo que a ponte teve um custo de 900.000.000€. Como tal só daqui a muitos anos é que as portagens cobrem os custos...

    Obrigado pelos comentários caro João

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  3. Pois, sim senhor. Eu gostava era duma melhor gestão dos impostos, e não de um pagamento ad aeternum de portagens de auto-estradas, pontes, etc, etc...
    Um grande abraço, caro João.

    João Carlos

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  4. Talvez tenhas razão caro João, mas mesmo assim 900.000.000€ são muitos euros :)
    Vamos ver se será como na 25 de Abril em que ainda se pagam portagens, ou se quando a ponte estiver paga deixarão de as cobrar (não me parece :)
    Abraços

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