Memórias de um prelúdio matrimonial eterno


Caro primo Nuno Ricardo de Araújo Lopes.

Agora que já te encontras num estado matrimonial, queria parabenizar-te pelo enlace afectivo e institucional que realizaste. É um marco importantíssimo na tua história pessoal e afectiva.

Adorei a tua despedida de solteiro e principalmente o maravilhoso dia do teu casamento na idílica quinta do Convento. É um lugar maravilhoso e magnífico. Deixei um parco escrito, numa página no livro de homenagem à união realizada entre ti e a Filipa. O discurso que realizaste foi soberbo e sublime, carregado de ternura, afecto, paixão e respeito, enfim, resume aquilo a que os clássicos denominaram por Verdadeiro Amor.

Espero sinceramente que a união que estabeleceram seja perene, intemporal e que fique gravada nos anais da História Universal.

A cerimónia esteve fenomenal, carregada de condimentos festivos inigualáveis nos quais se incluem os factores gastronómicos, dispersos por vários pratos requintados e deveras saborosos. A consagração institucional do enlace, apesar de ter tido pouca visibilidade aos convidados, e de ter sido restringida a um espaço um pouco melancólico dada a patente carência luminosa, foi delicada, sublime e dotada de um discurso por ti proferido que marcou certamente o evento. As entradas gastronómicas no jardim inferior da quinta estiveram deliciosas, desde os crocantes rissóis até à amalgama deleitável de farinheira e enchidos de morcela, passando pelos divinos sucos de laranja e poções alcoólicas que deixaram ébrios diversos convidados.

O almoço esteve maravilhoso, os menus eram requintados, nos quais se incluíam o prato de peixe com brócolos a vapor e o prato de lombinhos de porco regados com mel e um esparregado maravilhoso acompanhado com arroz Árabe, cujo gastronímio se deve às fabulosas passas que recheavam o mesmo.

O bar esteve sempre presente nos meus tempos amorfos, onde pude inalar um pouco da funesta nicotina, ao desfrutar de um cigarro requisitado ao meu irmão ou à tua terna irmã Margarida, ou onde pude apreciar uma bebida gaseificada que me ajudou a digerir o farto almoço.

A festa musical subsequente esteve fantástica, pude observar os mais maduros e os jovens a se envolverem num êxtase emotivo que os levou a bailar de forma arrítmica, pois muitos deles pareciam descontextualizados com a música pouco convencional dado o objectivo da efeméride, mas muitos outros, e por certo a maioria deles, deleitaram-se maravilhosamente com os ímpetos primários da música de proveniência anglo-saxónica que puderam escutar. Os movimentos dançarinos dos convidados, apesar de pouco estandardizados ou padronizados, deram uma folia e alegria inigualáveis ao evento.

A sessão de fotografias projectadas na tela esteve soberba, e reencaminhou-nos para sentimentos nostálgicos dos quais não nutria há anos. A mesa de salgados esteve fantástica e a doçaria esteve, tal como o termo sugere, docemente açucarada, onde me pude deliciar ou com uma cremosa musse de chocolate ou com um bem consistente doce de bolo de queijo, a que os fanáticos seguidores da língua de Sua Majestade denominam por cheese cake. Perdão pelo meu exacerbado nacionalismo cultural e linguístico, mas prefiro denominar esse fantástico item da doçaria internacional presente no banquete e com o qual tive o prazer de me deleitar, como Doce de Bolo de Queijo. Aproveito aqui a ocasião também para elaborar um pequeno reparo ao teu discurso afectivo, pois entoaste um termo de proveniência anglo-saxónica que tem um claro paralelismo no léxico Português; refiro-me a sexy, por certo que o termo sensual seria muito mais abonatório à língua camoniana e daria mais ênfase ao discurso amoroso.

Revi também familiares e amigos com os quais não dialogava e confraternizava há muito tempo. O teu casamento serviu também para reavivar as memórias familiares e amicais. Foi um dia maravilhoso e creio bastante importante no teu trilho vivencial. E como não me pude despedir de ti no casamento, aproveito para te enviar esta humilde missiva como forma de te agradecer o magnífico dia que me proporcionaste.

Serve esta humilde, mas honesta missiva também, para aflorar os momentos de maior relevo que pude desfrutar na tua presença, e para que fique grafada na tua linha temporal e vivencial a forma como eu preferi te parabentiar e te agradecer.

Finalizo, tal como comecei, parabenizando-te caro Primo, pelo marco histórico que realizaste na tua vida ao consagrares o enlace afectivo e institucional com a Filipa.

Muitos Parabéns para ti e para a Filipa.

Um grande abraço fraterno.

João Filipe Pimentel Ferreira
O eterno Primo

2 comentários:

  1. Ó senhor linguista parabenizar é em português do Brasil.
    Na metrópole diz-se congratulo-te, felicito-te, etc...

    Isto já nada é como antigamente...

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  2. Bem sei que parabenizar é Português do Brasil, mas por vezes gosto de assimilar termos provenientes das terras de Vera Cruz, desde que se coadunem com a língua Portuguesa. Por certo que não escreverei "xerokar" para tirar fotocópias, nem "team" para equipa, mas o termo parabenizar creio que por certo poderá enriquecer o léxico da metrópole...

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