Nano-tratado sobre a Portugalidadade Universal


O Português semita, indo-europeu e Universal

Através do tempo e da História as batalhas têm-se travado pelo domínio dos homens, das espécies, do mundo. Tentar a universalidade, a representatividade de todos os credos, etnias e raças, de todos os povos, sempre foi o objectivo dos mais altos impérios. O Romano fê-lo, tentaram fazê-lo os Otomanos, os impérios neo-latinos hanseáticos fizeram-no com as suas doutrinas, e no momento que teclo estas pseudo-sábias palavras, fá-lo o império sediado no novo mundo. E o império Português? Questiona o mais ilustre intelectual com algum cariz nacionalista na sua doutrina política. De certo que já se ultrapassou, e elevá-lo nos tempos em que povos Europeus se unem em torno de elevados valores de humanismo, através de novas formas de contacto inter cultural e político, poderá parecer anacrónico. Mas não o é.

Teclo enquanto oiço os mais maravilhosos sons, criados por um Alemão, teclo num teclado concebido por um intelecto nascido no novo mundo, e por vezes escrevo usando as palavras sábias das línguas de homens livres. O Português, através das eras, sofreu influências de todos os povos e credos.

Os linguistas gostam de categorizar as línguas indo-europeias em subgrupos que por vezes se imiscuem, noutros grupos linguísticos. Como que uma dádiva, uma oferta, uma adenda, que quando é honesta, bela e amorosa deve sempre ser acolhida. Categorizar o Português apenas como língua Romana, carece de valor científico. As influências, as ideias que vagueiam e são canalizadas, e caminham através das estradas dos impérios, das redes de informação cujos dados voam a velocidades luminosas, fazem emergir novas e belas ideias e incutem as novas gerações a acolhê-las. Se dentro das línguas ditas Românicas o Francês é de certo a que tem mais influências Germânicas, se o Romeno, que deve o seu nome ao império, é a que tem mais influências Eslavas, se o Italiano é a mais peculiar e genuína língua latina, o Castelhano e o Português são das línguas deste grupo as que mais influencias semitas têm, sendo que Portugal, mais moderado num certo período da história, terá acolhido maiores influências semitas. Se os astrónomos do Infante eram Judeus, se os Muçulmanos permaneceram em terras lusas por algumas centenas de anos, se a rima e o fado têm origens árabes, é natural que com a influência de monarcas que obedeciam a Roma, tais influências tivessem sido subjugadas.

E terá o Português influências eslavas? Têm-no nos nomes dos seus falantes que nasceram no período posterior à revolução vermelha, Sónia e Nadia. E as influências Germânicas? Também as tem, pois dominaram estes povos toda a Europa no período posterior ao declínio do império. Os Suevos, os Bárbaros e os Vândalos, que infelizmente, por tradições xenófobas daquela época ficaram associados a termos de desordem, tiveram forte influência na língua Portuguesa. E é curioso observar-se que as línguas indo-europeias Germânicas são as que de certa forma mantiveram maiores traços de uma certa latinização, quer na forma de pronunciar as palavras, e muito mais na forma como estas são escritas. O Grego, cuja língua actual ainda guarda fortes traços de filosofias ancestrais, teve a sua influência marcante no Latim, e consequentemente no Português. E as palavras trazidas do Oriente, como chá, que se devem à influência do Império Português. E as palavras do Francês que durante o iluminismo, influenciaram fortemente as mentes dos pensadores lusitanos, e agora as palavras provenientes do Inglês, que devido ao novo Império que se formou no Ocidente, são consequentemente assimiladas na língua camoniana. Temos do Inglês a estandardização e a implementação.

Os poemas que dedico a estas deusas que amei, são escritos através de mágoas e sofrimento, pois se amei, nunca me ocorreu a ousadia de pronunciar esses termos mágicos a uma sereia com o receio de ser rejeitado, atitude mais presumível. O Poeta é aquele que escreve a mágoa e o infortúnio, razão pela qual declino qualquer autoria de futuros poemas, pois de certa forma influências nórdicas que agora predominam na Europa, preconizam a felicidade como meta do Homem, talvez não Nórdicas, talvez renascentistas, e a poesia, apesar de pura, pois revela os sonhos, as mágicas sensações do ser humano, exige muita mágoa, rancor, ódio, paixão, vingança e ardor, sentimentos que apesar de levarem os seus criadores a produzirem as composições mais belas, provocam distúrbios inquietantes que tangem o patológico. E se vida é maravilhosa, criação divina, a poesia apesar de bela, revela ser árdua, viciosa, mas de certa forma é o alívio em que o homem exterioriza as sensações mais primárias e angelicais.

E se o divino, o criador, quis que a sua criação mais amada, o Homem; o estágio final do desenvolvimento animal, pois raciocina, indaga e é dotado de formas abstractas de pensamento; fosse produtivo, tal requisito só é alcançável através do bem-estar interior do indivíduo, através da felicidade e através da responsável liberdade.

E por mágica semelhança arábica da rima, associada às raízes latinas da língua em que escrevo, a felicidade rima com a fidelidade.