A função matemática que representa o Universo, a existir, tem por certo uma função diferencial contínua. Apenas na arte, tais descontinuidades são possíveis. Por isso rejeito a mecânica quântica e os seus preceitos, ou seja, por definição a mecânica quântica não faz parte da ciência, mas sim do campo artístico. A arte é mágica, sonhadora e a forma mais divinal que as culturas encontraram para representar os sonhos da alma, mesmo tendo consciência da sua natural irrealidade. O Homem concebe a arte, com forma de extravasar os sonhos, as divinais magias interiores e através desta comunica. Os Gregos, primordiais culturas do saber, elaboravam aquelas magnificentes obras de arte, com musculados homens em posições atléticas, no entanto, estudos recentes demonstraram que tais posições eram irreais, e infazíveis. A arte é a execução dos sonhos, é dar forma às ansiedades da alma. No cinema, a cena muda como queremos, de um segundo para o outro passamos para o outro extremo do planeta, mudamos de cena e de cenário. Na música ouvimos sons irreais, ouvimos tonalidades auditivas inexistentes na natureza, na pintura observamos formas e traços que muitas vezes vão contra todas as formas padronizadas existentes no mundo. As formas da pintura podem ser irreais, no entanto comunicam. A arte comunica, a arte extravasa a magia interior da alma. A arte nunca deixa de ter significado, independentemente do senso em causa. E é na arte que observamos, que exprimimos a alma. Na arte exprimimos, por outros meios, as formas da natureza. Os heróis gregos, eram homens, não deixavam de ser homens, tinham músculos como todos os homens, formação esquelética, e membros, no entanto colocavam-se em posições nada naturais. Então o que é a arte? A arte é a liberdade! A arte é a exteriorização da alma! Ora na arte, encontramos as funções matemáticas cujas diferenciais são descontínuas. A arte tem função diferencial descontínua, pois na arte, mudamos de cena e perspectiva consoante o desejado. Na realidade levantar-me-ei da cadeira suavemente, continuamente, caminharei passo a passo até à saída, calmamente percorrerei as avenidas de Berlim virarei o pescoço e as imagens aparecerão sempre de forma contínua. No entanto, a cidade, repleta de artifícios artísticos, revela uma luminosidade artística inigualável, pois de uma estação de Metro para a seguinte muda o panorama e o cenário envolvente. Temos o S Bahn e o U Bahn. Poderá ser a harmonia da farmácia alemã numa rede de transportes públicos? De um ponto para o outro a descontinuidade, a forma de arte arquitectónica e urbanística da cidade de Berlim. A arte, a luz, o semáforo que muda do vermelho para o verde e vice versa. Mas passa pelo amarelo.
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