Em nome da tão afamada liberdade
Quanto sangue correu pelas paredes das celas da Bastilha
Quantas cabeças rolaram sobre o peso da guilhotina
Dessa gravosa anglo-gravidade
Em nome da liberdade
E em nome da Liberdade
Matou-se o regente luso, o último
Elevou-se a Republica
Elevou-se por vezes a injúria
Perdeu-se a Saudade,
Desse povo que ostenta a estátua homónima
Que carrega a tocha na austera mão direita
Supostamente perfeita
E que carrega a coroa de cinco espinhos
Lançou-se a devastadora bomba sobre os nipónicos
Arrasaram-se milhares de vidas em nome dessa mesma liberdade
E dos seus três pilares mestres anexos
Morrem milhares em metrópoles perversas
E imersas em fogo cruzado,
sem condições humanas
Todas elas profanas
Enquanto senhores ricos ostentam quintas, palacetes, carrões, propriedades imensas no mato
O Sangue que escorreu em África
Com catanadas que cortavam carne tenra infantil
De pobres crianças, pueris, apenas por pertencerem a tribos diferentes
Em nome da Liberdade, em Nome da Liberdade
O Sangue que não escorreu no “Porto Livre”
Em nome da anglo-liberdade
E a saudade?
Pois a Liberdade fumava muito, e morreu de cancro dos pulmões
Em nome da Liberdade
As vítimas
Da Liberdade
Dos “outros”
Que rima com
Fraternidade
Igualdade
Haverá nas terras do Tio Samuel Igualdade?
Haverá Fraternidade nas terras francas?
“Liberté, Egalité, Fraternité”
E o Sacrifício em seu nome?
Que menciona essa estrutura quase indivisível que é o átomo, tão minúscula, tão quase ínfima
Como pode causar tantos danos?
Como pode causar tanta devastação?
Tanta destruição?
Em nome da Liberdade!?
Quanto sangue não escorreu pelos pacíficos colonos?
Mas doce Flor
Respeito o teu livre arbítrio, o teu sentido de liberdade,
E se porventura quiseres fugir
E o melhor é a Liberdade
E o fado e a Saudade!?
Não sou teu amo, nem teu Senhor,
Mas não nego que por ti sinto por vezes paixão, amor
E bem sei que vivo em condição de mortal.
E talvez te tenha mostrado o direito
Mas apenas o direito não é perfeito
E tentei mostrar-te o caminho, a Saída
Cabe-nos a nós redescobri-la
Para que possamos senti-la
No nascimento, a Autenticidade
Não to sei dizer
Apenas homens racionais e conscenciosos podem nutrir
Da verdadeira liberdade
Vê o sangue derramado nas batalhas e revoluções
Em nome da aclamada Liberdade
Revolução francesa, americana, africana, sempre
Em nome da Liberdade
Vê a morte, a tragédia em nome dos três pilares
Mestres que sustentam esses valores
MAS, esqueçamos os pretéritos, as intempéries e
O sangue e evoquemos o Perdão
sem Sermão
Limpem as mágoas e as máculas mundanas
Vamos elevar o Sacro, sem sacrificar as profanas
A liberdade é um processo
Imerso
Por vezes Intenso
Que renega o perverso
E terá o Homem que sofrer para a contemplar?
Absorvamos os campos verdejantes
Encaremo-nos como seres pensantes
Farão a tragédia, o Sangue, as catástrofes, parte do processo de Liberdade?
Terá a Liberdade do número 90 ter que se movimentar?
O que é uno? O que é amar?
O que é o todo? O que é suar?
O que é o nada? O que é saltar?
Quem sou Eu? Serei o breu?
Ou o Apogeu?
Que sois vós?
Bela Flor campestre?
Que me foi agreste?
Calma, amiga e amena
Elevemo-la nos mais altos dos pilares
Dos triângulos rectângulos, rectos direitos e divinos
Dos crescentes pares das terras meridionais
Façamos dos juramentos, a Liberdade, aqui juro
Trilhemos os passos da Liberdade
Da Caridade
Da mocidade
Do Renascer, pois só ao renascer somos livres
Da piedosa Piedade
Evoquemos a Liberdade
Afastemos a escravatura
Pensemos nos homens-livres que aboliram a opressora escravatura
Nos pedreiros livres que elevaram os valores da amizade e fraternidade
Elevemos os espíritos ternos a amigos
Irradiemos o desejo, e sigamos os espíritos indo-europeus da suástica pacífica
Percamos os anti-semitismos
Adoremos o espírito infantil da puerilidade
Criemos um mundo, e um ser livre
Dêmos ao mundo felicidade, mas lembrai-vos cara Flor,
que a Liberdade é um Processo
Que se conquista, que se alcança
E só o homem racional, forte, e verdadeiro a obtém
Sem as farpas de uma lança
Atentamente
João, a tentar libertar-se
29/Nov/2007
Sem comentários:
Enviar um comentário